A Bíblia Sagrada - Vol. I (Parte 2/2)

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Assim como Deus enviou Seu servo para advertir o mundo do dilúvio a vir, enviou também mensageiros escolhidos para tornar conhecida a proximidade do juízo final. E como os contemporâneos de Noé se riam com escárnio das predições do pregador da justiça, assim, no tempo de Miller, muitos, mesmo dentre o povo professo de Deus, mofavam das palavras de adveradvertência.

E por que foram a doutrina e pregação da segunda vinda do Messias tão mal recebidas pelas igrejas? Ao passo que para os ímpios o advento do Senhor traz miséria e desolação, para os justos está repleto de alegria e esperança. Esta grande verdade tem sido o consôlo dos fiéis de Deus através de todos os séculos. Por que se tornou ela, como seu Autor, "uma pedra de tropêço e rocha de escândalo" a Seu povo professo? Foi nosso Senhor mesmo que prometeu a Seus discípulos: "Se Eu fôr, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo." S. João 14:3. Foi o compassivo Salvador que, antecipando-Se aos sentimentos de solidão e tristeza de Seus seguidores, incumbiu anjos de confortá-los com a certeza de que Êle viria outra vez, em pessoa, assim como fôra para o Céu. Estando os discípulos a olhar atentamente para cima a fim de apanhar o último vislumbre dAquele a quem amavam, sua atenção foi despertada pelas palavras: "Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Êsse Yahshua, que dentre vós foi recebido em cima no Céu, há de vir assim como para o céu O vistes ir." Atos 1:11. Pela mensagem do anjo acendeu-se de novo a esperança. Os discípulos "tornaram com grande júbilo para Jerusalém. E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a YAHWEH." S. Lucas 24:52 e 53. Não se regozijavam porque Yahshua dêles Se houvesse separado, e tivessem sido deixados a lutar com as provações e tentações do mundo, mas por causa da certeza dada pelo anjo de que Êle viria outra vez.

A proclamação da vinda do Messias deveria ser agora, como quando fôra feita pelos anjos aos pastôres de Belém, boas-novas de grande alegria. Os que realmente amam ao Salvador saudarão com alegria o anúncio baseado na Palavra de Deus [YAHWEH], de que Aquêle em quem se centralizam as esperanças de vida eterna, vem outra vez, não para ser insultado, desprezado e rejeitado, como se deu no primeiro advento, mas com poder e glória, para remir Seu povo. Os que não amam o Salvador é que não desejam Sua vinda; e não poderá haver prova mais concludente de que as igrejas se afastaram de Deus do que a irritação e animosidade despertada por esta mensagem enviada pelo Céu.

Os que aceitaram a doutrina do advento aperceberam-se da necessidade de arrependimento e humilhação perante Deus. Muitos haviam por longo tempo vacilado entre o Messias e o mundo; agora compreendiam que era tempo de assumir atitude decisiva. "As coisas da eternidade assumiam para êles uma desusada realidade. O Céu se lhes aproximava, e sentiam-se culpados perante Deus." - Bliss. Os cristãos despertaram para nova vida espiritual. Compenetraram-se de que o tempo era breve, de que o que tinham a fazer pelos seus semelhantes deveria fazer-se rapidamente. A Terra retrocedia, a eternidade parecia abrir-se perante êles, e a alma, com tudo que diz respeito à sua felicidade ou miséria eterna, sentia eclipsar-se todo o objetivo mundano. O Espírito de Deus [YAHWEH] repousava sôbre êles conferindo poder aos fervorosos apelos que faziam a seus irmãos e aos pecadores, a fim de se prepararem para o dia de Deus [YAHWEH]. O testemunho silencioso de sua vida diária era constante reprovação aos membros das igrejas, seguidores de formalidades e destituídos de consagração. Êstes não desejavam ser perturbados em sua procura de prazeres, seu desejo de ganho e ambição de honras mundanas. Daí a inimizade e a oposição suscitadas contra a fé no advento e contra os que, a proclamavam.

Como se verificassem irrefutáveis os argumentos baseados nos períodos proféticos, os oponentes se esforçaram por desacoroçoar a investigação dêste assunto, ensinando que as profecias estavam fechadas. Assim seguiram os protestantes nas pegadas dos romanistas. Enquanto a igreja papal privava da Bíblia o povo, (...) as igrejas protestantes alegavam que uma parte importante da Palavra Sagrada - parte que apresentava verdades especialmente aplicáveis ao nosso tempo - não podia ser compreendida.

Ministros e povo declaravam que as profecias de Daniel e do Apocalipse eram mistérios incompreensíveis. O Messias, porém, chamou a atenção de Seus discípulos para as palavras do profeta Daniel, relativas aos acontecimentos a ocorrerem na época dêles, e disse: "Quem lê, entenda." S. Mateus 24:15 (Trad. Bras.). E a asserção de que o Apocalipse é um mistério, que não pode ser compreendido, é contradita pelo próprio título do livro: "Revelação de Yahshua o Messias, a qual YAHWEH Lhe deu, para mostrar a Seus servos as coisas que brevemente devem acontecer. ... Bem-aventurado aquêle que lê, a os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo." [Apocalipse 1:1-3]

Diz o profeta: "Bem-aventurado aquêle que lê" - há os que não querem ler; a bênção não é para êstes. "E os que ouvem" - há alguns, também, que se recusam a ouvir qualquer coisa relativa às profecias; a bênção não é para esta classe. "E guardam as coisas que nela estão escritas" - muitos se recusam a atender às advertências e instruções contidas no Apocalipse; nenhum dêsses pode pretender a bênção prometida. Todos os que ridicularizam os assuntos da profecia, zombando dos símbolos ali solenemente dados, todos os que se recusam a reformar a vida e preparar-se para a vinda do Filho do homem, não serão abençoados.

Em vista do testemunho da Inspiração, como ousam os homens ensinar que o Apocalipse é um mistêrio, fora do alcance da inteligência humana? É um mistério revelado, um livro aberto. O estudo do Apocalipse encaminha o espírito às profecias de Daniel, e ambos apresentam importantíssimas instruções, dadas por Deus [YAHWEH] ao homem, relativas a fatos a acontecerem no final da história dêste mundo.

Foram reveladas a S. João cenas de profundo e palpitante interêsse na experiência da assembleia (igreja). Viu êle a posição, os perigos, os conflitos e o livramento final do povo de Deus. Êle registra as mensagens finais que devem amadurecer a seara da Terra, sejam os molhos para o celeiro celeste, ou os feixes para os fogos da destruição. Assuntos de vasta importância lhe foram desvendados, especialmente para a última assembleia (igreja), a fim de que os que volvessem do êrro para a verdade pudessem ser instruídos em relação aos perigos e conflitos que diante dêles estariam. Ninguém necessita estar em trevas no que respeita àquilo que está para vir sôbre a Terra.

Por que, pois, esta dilatada ignorância com respeito a uma pane importante das Sagradas Escrituras? Por que esta relutância geral em investigar-lhes os ensinos? É o resultado de um esfôrço estudado do príncipe das trevas para esconder dos homens o que revela os seus enganos. Por esta razão, o Messias, o Revelador, prevendo a luta que seria ferida contra o estudo do Apocalipse, pronunciou uma bênção sôbre os que lessem, ouvissem e observassem as palavras da profecia.

de: "Uma Profecia Muito Significativa", Ellen G. White, em Pôrto Alegre, em 1935, São Paulo, Brasil, págs. 343-369

Editor: o nome sagredo de Deus YAHWEH, sua Filho nosso Senhor Yahshua o Messias é no texto, e o palavra: Elohim ("não correcto: Deus!")

[...]

Um Poder Mundial Único

Citações:

Então o profeta viu outro poder que se levantava na Europa:

“Eu considerava os chifres, e eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno…” (Dan. 7:8). Este poder possui as seguintes características de identificação:

SAÍU DENTRE OS 10 CHIFRES (Dan. 7:8)

O papado (508 D.C.) foi esse “chifre pequeno” que saiu dentro das 10 tribos germânicas.

TRÊS CHIFRES FORAM ARRANCADOS

Os Hérulos, os Vândalos e os Ostrogodos resistiram ao poder deste “chifre pequeno” e foram “arrancados”, ou seja, foram completamente destruídos.

ERA MUITO DIFERENTE DOS OUTROS CHIFRES (Dan. 7:24)

O papado era diferente. Consistia numa união entre a Igreja e o Estado, onde a Igreja constituía o poder dominante.

SERIA MAIS FORTE DO QUE OS OUTROS CHIFRES (Dan. 7:20)

De facto, num tempo muito curto, o papado cresceu até se tornar num poder mundial. Forçou frequentemente o povo a aceitar a fé Católica (Cruzadas). Ao longo dos séculos, até mesmo reis e imperadores da Europa foram forçados a aceitar sob humilhação as decisões do papado.

É ORGULHOSO E BLASFEMA CONTRA DEUS (Dan. 7:25)

“E se levantará contra o Príncipe dos príncipes” (Dan. 8:25). Ele é “o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objecto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus.” (2 Tes. 2:3-4). Estas passagens descrevem o mesmo poder que pretende ser cristão, mas todavia possui uma mente anticristã. A seguinte citação mostra na verdade até que ponto o papado blasfema de Deus: “Sobre esta terra mantemos o lugar do Deus Todo Poderoso” (Enciclopédia, Papa Leão XIII, 20/6/ 1894). O chamar o papa como o “Santo Padre” (Padre = Pai) é também uma blasfémia. O próprio Jesus advertiu-nos em Mateus 23:9 “E a ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque um só é o vosso Pai, aquele que está nos céus.” Apesar da clareza da palavra bíblica, muitos papas têm declarado a sua infalibilidade ao longo dos séculos. Esta virtude é possessão exclusiva de Deus (Ap. 15:4). Mais, os papas declararam a sua capacidade de perdoarem pecados, dom que pertence apenas a Deus (Lucas 5:21).

FAZ GUERRA CONTRA OS SANTOS E OS DESTRÓI (Dan. 7:25)

 

As cruzadas, os processos contra os hereges, as câmaras de tortura da inquisição e queima dos hereges, são um capítulo conhecido e obscuro do papado. O historiador W. H. Lecky escreve: “O facto de que a Igreja Romana derramou mais sangue inocente do que nenhuma outra instituição que alguma vez existiu sobre a terra, não será posto em dúvida por alguém que tenha um adequado um número preciso das suas vítimas (aproximadamente 50 milhões), e é seguro de que nenhuma imaginação é capaz de compreender estes sofrimentos.” (Racionalismo na Europa, Vol. 2, pág. 32).

CUIDARÁ EM MUDAR OS TEMPOS E A LEI (Dan. 7:25)

O sistema papal, na actualidade, presume ter alterado a lei de Deus. Tirou o segundo mandamento bíblico no catecismo católico. O segundo mandamento proíbe a adoração ou veneração de imagens. O quarto mandamento de Deus, que nos manda guardar o dia de repouso bíblico como santo, foi alterado para observância do domingo, prática que se originou na adoração pagã do sol. Em lugar do sábado, de acordo com o quarto mandamento divino (Êxodo 20:8-11; Isaías 56:2-7), foi introduzido o domingo, este mesmo não sendo um dia de repouso bíblico. Deus nunca mandou que o primeiro dia da semana fosse usado como dia de adoração. Jesus e os apóstolos nunca o santificaram durante a sua vida (Lucas 24:20; Actos 13:42-44).

REINARÁ POR UM TEMPO, DOIS TEMPOS E METADE DE UM TEMPO

A medida bíblica para o tempo profético, um ano (“um tempo”) consiste em 360 dias segundo o calendário judaico. Portanto, encontramos que: (1 tempo = 360 dias) + (2 tempos = 720 dias) + (½ tempo = 180 dias) = 1260 dias. Um dia profético representa um ano literal (Ezequiel 4:6; Números 14:34). Portanto o “chifre pequeno” reinará durante 1260 anos. Este período de tempo começou com o decreto de Justiniano e com a destruição final do Império Gótico do Oriente (Ostrogodo) no ano 538 D.C. e terminou em 1798 com a captura do Papa Pio VI e a declaração de Roma como república pelo exército francês sob as ordens de Napoleão. ...

Mas, quando a observância do domingo, na já planeada Nova Ordem Mundial, se origine nos E.U.A., seja obrigada por lei – quando o mundo tenha sido instruído em relação à nossa responsabilidade pelo verdadeiro sábado – então todos aqueles que sabendo transgridem a lei de Deus, naquele tempo, receberão o sinal da besta. Já não poderão esperar a graça de Deus, mas sim a expectativa do sofrimento da morte eterna (Ap. 14:9-11). O último controle da humanidade no mundo religioso, político e económico, já foi planeado há anos pelo Concílio Mundial de Igrejas, em cooperação com os governos líderes do mundo e das Nações Unidas em Nova York. A meta desta Nova Ordem Mundial é a de criar uma “Religião Mundial” comum, não bíblica, para todas as pessoas, e estabelecer um “Governo Mundial”. O movimento ecuménico, muitas visitas do papa a representantes de governos, como também os esforços gerais a nível mundial para a globalização, confirmam o plano. ...

Portanto, é apropriado que cada alma aceite agora a advertência de todo o coração: “Hoje se ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações” (Heb. 3:7-8). Jesus [Editor: Yahshua] morreu na cruz do calvário pelos seus pecados para abrir-lhe o caminho para o novo e glorioso futuro. Também hoje pode aceitar a Deus em oração, confessar os seus pecados e começar uma nova vida em obediência aos Seus mandamentos. Então Jesus [Editor: Yahshua] será o seu intercessor no juízo.

de: "História e Profecia Mundial"

de: VIDA PLENA

Apartado 165

3001-902 Coimbra - Portugal

ou pelo telefone N.º 239 559 945

Ameaça à Consciência

O ROMANISMO é hoje olhado pelos protestantes com muito maior favor do que anos atrás. Nos países em que o catolicismo não está na ascendência, e os romanistas adotam uma política conciliatória a fim de a conseguir, há crescente indiferença com relação às doutrinas que separam as igrejas reformadas da hierarquia papal; ganha terreno a opinião de que, em última análise, não diferimos tão grandemente em pontos vitais como se supunha, e de que pequenas concessões de nossa parte nos levarão a melhor entendimento com Roma. Houve tempo em que os protestantes davam alto valor à liberdade de consciência a tão elevado preço comprada. Ensinavam os filhos a aborrecer o papismo, e sustentavam que buscar harmonia com Roma seria deslealdade para com Deus. Mas quão diferentes são os sentimentos hoje expressos.

Os defensores do papado asseveram que a igreja foi caluniada; e o mundo protestante inclina-se a aceitar esta declaração. Muitos insistem em que é injusto julgar a igreja de hoje pelas abominações e

absurdos que assinalaram seu domínio durante os séculos de ignorância e trevas. Desculpam sua horrível crueldade como sendo o resultado da barbárie dos tempos, e alegam que a influência da civilização moderna lhe mudou os sentimentos.

Olvidaram estas pessoas a pretensão de infalibilidade sustentada há oitocentos anos por êsse altivo poder? Longe de ser abandonada, firmou-se esta pretensão no século dezenove de modo mais positivo que nunca dantes. Visto como Roma assevera que a igreja "nunca errou; nem, segundo as Escrituras, errará jamais" (História Eclesiástica de Mosheim), como poderá ela renunciar aos princípios que lhe nortearam a conduta nas eras passadas?

A igreja papal nunca abandonará a sua pretensão à infalibilidade. Tudo que tem feito em perseguição dos que lhe rejeitam os dogmas, considera ela estar direito; e não repetiria os mesmos atos se a oportunidade se lhe apresentasse? Removam-se as restrições ora impostas pelos governos seculares, reintegre-se Roma ao poderio anterior, e de pronto ressurgirá a tirania e perseguição.

Bem conhecido escritor refere-se nos seguintes têrmos à atitude da hierarquia papal no que respeita à liberdade de consciência, e aos perigos que ameaçam especialmente os Estados Unidos [E.U.A.] pelo êxito de sua política:

"Há muitos que se dispõem a atribuir ao fanatismo ou à puerilidade todo receio quanto ao catolicismo romano nos Estados Unidos. Tais pessoas nada vêem no caráter e atitude do romanismo que seja hostil às nossas instituições livres, ou nada encontram de mau presságio no incremento que vai tomando. Comparemos, pois, em primeiro lugar, alguns dos princípios fundamentais de nosso govêrno com os da Igreja Católica.

"A Constituição dos Estados Unidos garante liberdade de consciência. Nada se preza mais ou é de maior transcendência. O papa Pio IX, na encíclica de 15 de agosto de 1854, disse: 'As doutrinas ou extravagâncias absurdas e errôneas em defesa da liberdade de consciência, são erro dos mais perniciosos - uma peste que, dentre tôdas as outras, mais deve ser temida no Estado.' O mesmo papa, na encíclica de 8 de dezembro de 1864, anatematizou 'os que defendem a liberdade de consciência e de culto' e também 'todos os que afirmam que a igreja não pode empregar a fôrça'.

"O tom pacífico usado por Roma nos Estados Unidos não implica mudança de coração. É tolerante onde é impotente. Diz o bispo O'Connor: 'A liberdade religiosa é meramente suportada até que o contrário possa ser levado a efeito sem perigo para o mundo católico.' . . . O arcebispo de São Luís disse certa vez: 'A heresia e a incredulidade são crimes; e em países cristãos como a Itália e a Espanha, por exemplo, onde todo o povo é católico, e onde a religião católica é parte essencial da lei da nação, são elas punidas como os outros crimes'. . . .

"Todo cardeal, arcebispo e bispo da Igreja Católica, presta para com o papa um juramento de fidelidade em que ocorrem as seguintes palavras: 'Combaterei os hereges, cismáticos e rebeldes ao dito senhor nosso (o papa), ou seus sucessores, e persegui-los-ei com todo o meu poder'." - Our Country, do Dr. Josias Strong.

É certo que há verdadeiros cristãos na comunhão católico-romana.

Milhares na dita igreja estão servindo a Deus segundo a melhor luz que possuem. Não se lhes permite acesso à Sua Palavra, e, portanto, não distinguem a verdade. Nunca viram o contraste entre um verdadeiro culto prestado de coração e um conjunto de meras formas e cerimônias. Deus olha para essas almas com compadecida ternura, educadas como são em uma fé que é ilusória e não satisfaz. Fará com que raios de luz penetrem as densas trevas que as cercam. Revelar-lhes-á a verdade como ela é em Yahshua, e muitos anda se unirão ao Seu povo.

Mas o romanismo, como sistema não se acha hoje em harmonia com o evangelho do Messias mais do que em qualquer época passada de sua história. As igrejas protestantes estão em grandes trevas, pois do contrário discerneriam os sinais dos tempos. São de grande alcance os planos e modos de operar da Igreja de Roma. Emprega todo expediente para estender a influência e aumentar o poderio, preparando-se para um conflito feroz e decidido a fim de (re-)adquirir o domínio do mundo, restabelecer a perseguição e desfazer tudo que o protestantismo fêz. O catolicismo está a ganhar terreno de todos os lados. Vêde o número crescente de suas igrejas e capelas nos países protestantes. Notai a, popularidade de seus colégios e seminários na América, tão extensamente patrocinados pelos protestantes. Pensai no crescimento do ritualismo na Inglaterra, e nas freqüentes deserções para as fileiras dos católicos. Estas coisas deveriam despertar a ansiedade de todos os que prezam os puros princípios do evangelho.

Os protestantes têm-se intrometido com o papado, patrocinando-o; têm usado de transigência e feito concessões que os próprios romanistas se surpreendem de ver e não compreendem. Os homens cerram os olhos ao verdadeiro caráter do romanismo, e aos perigos que se devem recear com a sua supremacia. O povo necessita ser despertado a fim de resistir aos avanços dêste perigosíssimo inimigo da liberdade civil e religiosa.

Muitos protestantes supõem que a religião católica não é atrativa,

e que seu culto é um conjunto de cerimônias, fastidioso e sem sentido. Enganam-se, porém. Embora o romanismo se baseie no engano, não é impostura grosseira e desprovida de arte. O serviço religioso da Igreja Romana é um cerimonial assaz impressionante. O brilho de sua ostentação e a solenidade dos ritos fascinam os sentidos do povo, fazendo silenciar a voz da razão e da consciência. Os olhos ficam encantados. Igrejas magnificentes, imponentes procissões, altares de ouro, relicários com pedras preciosas, quadros finos e artísticas esculturas apelam para o amor do belo. O ouvido também é cativado. A música é inexcedível. As belas e graves notas do órgão, misturando-se à melodia de muitas vozes a ressoarem pelas elevadas abóbadas e naves ornamentadas de colunas, das grandiosas catedrais, não podem deixar de impressionar a mente com profundo respeito e reverência.

Êste esplendor, pompa e cerimônias exteriores, que apenas zombam dos anelos da alma ferida pelo pecado, são evidência da corrução interna. A religião do Messias não necessita de semelhantes atrativos para se fazer recomendável. À luz que promana da cruz, o verdadeiro cristianismo apresenta-se tão puro e adorável que decorações externas nenhumas poderão encarecer-lhe o verdadeiro valor. É a beleza da santidade, o espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.

O fulgor do estilo não é necessàriamente índice de pensamento puro, elevado. Altas concepções de arte, delicado apuro de gôsto, existem amiúde em espíritos que são terrenos e sensuais. São freqüentemente empregados por Satanás a fim de levar homens a esquecer-se das necessidades da alma, a perder de vista o futuro e a vida imortal, a desviar-se do infinito Auxiliador e a viver para êste mundo ùnicamente.

Uma religião de exibições externas é atraente ao coração não renovado. A pompa e cerimonial do culto católico têm um sedutor, fascinante poder, pelos quais são enganados muitos, que chegam a considerar a Igreja Romana como a própria porta do Céu. Ninguém, a não ser os que têm os pés firmados nos fundamentos da verdade, e o coração renovado pelo Espírito de Deus, se acha ao abrigo de sua influência. Milhares que não têm um conhecimento experimental de Cristo serão levados a aceitar as formas da piedade sem a sua eficácia. Esta é a religião que precisamente desejam as multidões.

A pretensão da igreja ao direito de perdoar, leva o romanista a sentir-se com liberdade de pecar; e a ordenança da confissão, sem a qual o perdão não é conferido, tende igualmente a dar livre curso ao mal. O que se ajoelha diante de um mortal e revela em confissão os pensamentos e imaginações secretos do coração, está aviltando a sua varonilidade, degradando todo nobre instinto da alma. Desvendando os pecados de sua vida a um sacerdote - mortal falível, pecador, e mui freqüentemente corrompido pelo vinho e licenciosidade -- sua norma de caráter é rebaixada, e, como conseqüência, fica contaminado. Seu conceito acêrca de Deus é degradado à semelhança da humanidade decaída; pois o padre se acha como representante de Deus. Esta degradante confissão de homem para homem é a fonte secreta donde têm fluído muitos dos males que aviltam o mundo e o preparam para a destruição final. Todavia, para o que ama a satisfação-própria, é mais agradável confessar a um semelhante mortal do que abrir a alma a Deus. Fica mais a gôsto da natureza humana fazer penitência do que renunciar ao pecado; é mais fácil mortificar a carne com cilício, urtigas e aflitivas cadeias, do que crucificar os desejos carnais. Pesado é o fardo que o coração carnal deseja levar de preferência a curvar-se ao jugo do Messias.

 

Existia notável semelhança entre a Igreja de Roma e a igreja judaica, ao tempo do primeiro advento do Messias. Ao passo que os judeus secretamente conculcavam todos os princípios da lei de Deus, eram exteriormente rigorosos na observância de seus preceitos, sobrecarregando-a com exorbitâncias e tradições que tornavam difícil e penosa a obediência. Assim como os judeus professavam reverenciar a lei, pretendem os romanistas reverenciar a cruz. Exaltam o símbolo dos sofrimentos do Messias, enquanto no viver negam Aquêle a quem ela representa.

Os romanistas colocam cruzes sôbre as igrejas, sôbre os altares e sobre as vestes. Por tôda parte se vê a insígnia da cruz. Por tôda parte é ela exteriormente honrada e exaltada. Mas os ensinos do Messias [do Cristo da Igreja, um outro Cristo] estão sepultados sob um montão de tradições destituídas de sentido, falsas interpretações e rigorosas exigências. As palavras do Salvador relativas aos fanáticos judeus, aplicam-se com maior fôrça ainda aos chefes da Igreja Católica, Romana: "Atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; êles, porém, nem com o dedo os querem mover." S. Mateus 23:4. Almas conscienciosas são conservadas em constante terror, temendo a ira de um Deus que foi ofendido, enquanto muitos dos dignitários da igreja estão a viver no luxo e em prazeres sensuais.

O culto das imagens e relíquias, a invocação dos santos e a exaltação do papa, são ardis de Satanás para desviar de Deus e de Seu Filho a mente do povo. Para efetuar sua ruína, esforça-se por arredar sua atenção dAquele por meio de quem ùnicamente podem encontrar salvação [o Messias: ùnico sòzinho]. Dirigirá as almas para qualquer objeto pelo qual possa ser substituído Aquêle que disse: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei." S. Mateus 11:28.

É o constante esfôrço de Satanás representar falsamente o caráter de Deus, a natureza do pecado e os resultados finais em jôgo no grande conflito. Seus sofismas diminuem a obrigação da lei divina dando o homem licença para pecar. Ao mesmo tempo fá-lo Satanás acariciar falsas concepeões acerca de Deus, de maneira que O considera com temor e ódio, em vez de amor. A crueldade inerente ao seu próprio caráter é atribuída ao Criador; aparece incorporada aos vários sistemas de religião e expressa nas diversas formas de culto. Sucede assim que a mente dos homens é cegada e Satanás dêles se aproveita como agentes para guerrear contra Deus. Por meio de concepções pervertidas acêrca dos atributos divinos, foram as nações gentílicas levadas a crer serem os sacrifícios humanos necessários para alcançar o favor da Divindade; e horríveis crueldades têm sido perpetradas sob as várias formas de idolatria.

A Igreja Católica, Romana, unindo as formas do paganismo com as do cristianismo, e, à semelhança do primeiro, representando falsamente o caráter de Deus, tem recorrido a práticas não menos cruéis e revoltantes. Nos dias da supremacia de Roma, houve instrumentos de tortura para forçar o assentimento a suas doutrinas. Houve a fogueira para os que não queriam admitir suas exigências. Houve massacres em proporções que jamais serão conhecidos até que se revelem no dia do juízo. Os dignitários da igreja, dirigidos por seu chefe Satanás, dedicavam-se a inventar meios para produzir a maior tortura possível antes de pôr têrmo à vida das vítimas. Em muitos casos o processo infernal era repetido ao limite extremo da resistência humana, até que a natureza capitulava na luta e o sofredor saudava a morte como doce alívio.

Esta era a sorte dos que discordavam de Roma. Para os seus adeptos tinha ela a disciplina do açoite, da fome, das austeridades corporais de tôdas as formas imagináveis, cujo aspecto punge o coração. Para conseguir o favor do Céu, os penitentes violavam as leis de Deus transgredindo as leis da natureza. Eram ensinados a romper com os laços que Êle fizera para abençoar e alegrar a permanência do homem na Terra. Os cemitérios das igrejas contêm milhões de vítimas que passaram a vida em vãos esforços para subjugar as afeições naturais, para reprimir, como se fôsse ofensivo a Deus, todo pensamento e sentimento de simpatia para com o semelhante.

Se quisermos compreender a decidida crueldade de Satanás, manifestada no transcurso dos séculos, não entre os que jamais ouviram algo acêrca de Deus, mas no próprio coração da cristandade

e através da mesma em tôda a sua extensão, temos apenas de olhar para a história do romanismo. Por meio dêste gigantesco sistema de engano, o príncipe do mal leva a efeito seu propósito de acarretar a desonra a Deus e a desgraça ao homem. E, vendo nós como consegue disfarçar-se e realizar a sua obra por intermédio dos dirigentes da igreja, melhor podemos compreender o motivo de ter tão grande aversão à Escritura Sagrada. Se êste Livro fôr lido, a misericórdia e amor de Deus serão revelados; ver-se-á que Êle não impõe aos homens nenhum dêsses pesados fardos. Tudo que requer é um coração quebrantado e contrito, um espírito humilde e obediente.

O Messias não dá em Sua vida nenhum exemplo que autorize os homens e mulheres a se encerrarem em mosteiros sob pretexto de se prepararem para o Céu. Jamais ensinou que o amor e a simpatia devem ser reprimidos. O coração de Yahshua transbordava de amor. Quanto mais o homem se aproxima da perfeição moral, mais acentuada é sua sensibilidade, mais aguda a percepção do pecado e mais profunda a simpatia para com os aflitos. O papa pretende ser o vigário de Cristo; mas como se poderá comparar o seu caráter com o de nosso Salvador? Viu-se alguma vez o Messias condenar homens à prisão ou ao instrumento de tortura, porque não Lhe renderam homenagem como Rei do Céu? Acaso foi Sua voz ouvida a sentenciar à morte os que O não aceitaram? Quando foi menosprezado pelo povo da aldeia samaritana, o apóstolo S. João se encheu de ira e perguntou: "Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também o fêz?" Yahshua olhou, compassivo, para os discípulos e censurou-lhe a severidade, dizendo: "O Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las." S. Lucas 9:54 e 56. Quão diferente do espírito manifestado por o Messias é o de Seu professo vigário!

A Igreja de Roma apresenta hoje ao mundo uma fronte serena, cobrindo de justificações o registo de suas horríveis crueldades. Vestiu-se com roupagens de aspecto cristão; não mudou, porém / porém realidade não mudou. Todos os princípios formulados pelo papado em épocas passadas, existem ainda hoje. As doutrinas inventadas nas tenebrosas eras ainda são mantidas. Ninguém se deve iludir. O papado que os protestantes hoje se acham tão prontos para honrar é o mesmo que governou o mundo rios dias da Reforma quando homens de Deus se levantaram, com perigo de vida, a fim de denunciar sua iniqüidade. Possui o mesmo orgulho e arrogante presunção que dêle fizeram senhor sôbre reis e príncipes, e reclamaram as prerrogativas de Deus. Seu espírito não é menos cruel e despótico hoje do que quando arruinou a liberdade humana e matou os santos do Altíssimo.