Nunca Desafie Uma Raposa

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Nunca Desafie Uma Raposa
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Nunca Desafie uma Raposa

Contents

AGRADECIMENTOS

Prologue

1. CAPÍTULO UM

2. CAPÍTULO DOIS

3. CAPÍTULO TRÊS

4. CAPÍTULO QUATRO

5. CAPÍTULO CINCO

6. CAPÍTULO SEIS

7. CAPÍTULO SETE

8. CAPÍTULO OITO

9. CAPÍTULO NOVE

10. CAPÍTULO DEZ

11. CAPÍTULO ONZE

Epilogue

Sobre A Autora

Livros de Dawn Brower

Como Beijar uma Debutante

Dawn Brower

CAPÍTULO UM

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são o produto da imaginação da autora ou são usados de forma fictícia e não devem ser interpretados como real. Qualquer semelhança com eventos, locais ou pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.

Nunca desafie uma raposa. Direitos Autorais © 2021 Dawn Brower

Arte de capa por Midnight Muse

Edições por Victoria Miller

Tradução Elaine Lima

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser usada ou reproduzida eletronicamente ou impressa sem permissão por escrito, exceto no caso de citações breves incorporadas em resenhas.

Para todos aqueles que são a rocha de todos ao seu redor, aquela pessoa com quem todos podem contar, os inabaláveis, incansáveis, a pessoa de honra que sempre garantem que tudo, de alguma forma, fique bem.

Este livro é para você. Que todos aqueles que dependem de ti saibam que, algumas vezes, você também precisa de ajuda.

AGRADECIMENTOS

É aqui que agradeço de todo o coração à minha editora e artista de capa, Victoria Miller. Ela me ajuda mais do que eu posso expressar. Eu aprecio tudo o que ela faz, ela me incentiva a ser melhor… fazer melhor. Te agradeço imensamente.

Obrigada também a Elizabeth Evans, por sempre estar lá por mim e ser minha amiga. Você significa muito para mim. Agradecer não é o suficiente, mas é tudo o que tenho, então obrigada minha amiga por ser você.

Agradeço também uma das minhas melhores amigas: Samantha Morris. Gratidão por ler e revisar este livro.

Prologue

Os raios rachavam e iluminavam o céu noturno, clareando o cômodo mais do que a luz das velas. O som de um trovão ecoou através do silêncio que permeava o quarto. Era final de março, mas poderia ser pleno inverno que mesmo assim, Lady Wilhelmina Neverhartt, ou Billie, como era chamada por sua família e amigos, não se importaria. Ela tinha coisas mais importantes com que se preocupar. Ela engoliu em seco e deu mais um passo em direção à sua mãe que estava enferma na cama. Seu pai, Richard Neverhartt, Conde de Sevilha, não tinha sobrevivido, a doença o levou horas mais cedo. Sua mãe, Augusta, Condessa de Sevilha, parecia que perderia a batalha e que logo se juntaria ao seu marido na outra vida.

— Billie — sussurrou sua irmã, Theodora, ou Teddy, como era chamada. — Não entre.

— Eu tenho que entrar… — respondeu Billie, mas até mesmo ela podia ouvir o medo em sua voz. Nenhuma delas queria testemunhar o último suspiro da sua mãe. Seja lá qual fosse a doença que os pais delas haviam trazido com eles de sua viagem, parecia mortal, e temiam que elas poderiam ficar doentes também… Billie engoliu em seco mais uma vez. Ela tinha que ser forte. Logo ela seria responsável por si mesma e seus quatro irmãos.

Damon, o mais novo de todos com apenas três e dez anos, herdou o título de seu pai. Não que isso fosse algo bom, pois eles haviam sido destituídos da propriedade. Foi por isso que o pai deles havia viajado para outro país. Ele tinha se envolvido em algum investimento que lhe prometera uma virada de sorte. Billie estava quase certa de que seu pai esperava um resultado muito diferente que as mortes de sua esposa e de si mesmo. Ele acabou por condenar todos eles. Ela se virou para sua irmã e disse em um tom firme: — Teddy, vá e certifique-se de que Carly e Chris não venham aqui. Não podemos pôr elas em risco de contrair esta doença. Damon está dormindo, graças aos céus.

As gêmeas, Carolina e Christiana, eram ambas teimosas e tinham dificuldades em seguir instruções. Teddy era tímida e introvertida. Ela provavelmente não seria capaz de convencê-las a permanecerem em seus quartos. Chris era mais propensa a fazer o que quisesse. Já Carly poderia ouvir a voz da razão.

— Eu tentarei — disse Teddy em voz baixa. — Mas você sabe como elas são… — A voz dela falhou. Ela mordiscou seu lábio inferior, apreensão quase transbordando dela enquanto olhava em direção ao quarto em que sua mãe estava. — Você realmente precisa entrar lá?

— Preciso — insistiu ela. — Agora vá lidar com nossas irmãs impetuosas. — Billie não conseguiria lidar com todos eles e a morte certa de sua mãe. Ela precisava que Teddy a ajudasse com isso.

Teddy assentiu e afastou-se de Billie. Ela deu outro passo cauteloso em direção ao quarto, ao mesmo tempo em que um raio iluminou o caminho que ela deveria fazer. O som de trovão que veio em seguida a fez pular, mesmo que aquilo fosse esperado. Lentamente, ela se forçou a avançar até que se aproximou da cabeceira de sua mãe. Seu cabelo loiro parecia quase tão branco quanto o travesseiro debaixo de sua cabeça. Sua pele tinha perdido toda a cor e seus lábios estavam secos e rachados. Ela tomou um fôlego raso que quase parecia crepitar e chiar cada vez que o ar comprimia em seus pulmões. Suas bochechas tinham afundado e se tornaram mais pronunciadas com sua perda de peso. A mulher deitada na cama era sua mãe, mas ela parou de se parecer com a mulher que a havia criado dias… não, semanas atrás.

— Mamãe — disse ela. A palavra mal foi audível quando passou por seus lábios. Billie engoliu e tentou de novo, mais alto desta vez. — Mamãe, estou aqui com a senhora.

A pálpebra da condessa se abriu e ela se virou para Billie. Os olhos de sua mãe estavam vidrados, quase desfocados, enquanto ela a olhava. — Billie?

— Sim, mamãe — respondeu ela. Ela deveria tocá-la? Colocar a mão sobre a dela? Billie não tinha ideia de como agir em torno desta criatura frágil que era a sua mãe. Ela não tinha experiência com morte ou doença. Billie estava com medo de fazer o movimento errado ou piorar as coisas, se é que fosse possível piorar mais. — O que… — Billie respirou fundo. — Diga-me o que a senhora precisa.

— Aproxime-se um pouco mais.

Billie cuidadosamente deu outro passo. Não havia muita distância entre ela e a condessa agora. Talvez se ela de alguma forma se dessensibilizasse daquela visão, pudesse suportar isso. Pelo menos por um tempo… já que não havia mais criados para ajudar. Todos tinham ido embora assim que perceberam o quão doentes estavam o conde e a condessa. Nenhum deles queria correr o risco de adoecer, e bem, também não havia mais fundos para pagá-los. A tarefa de cuidar dos dois passou a ser responsabilidade de Billie, e acabou por drenar cada gota de energia que ela possuía.

Ela estava pronta para desistir, pois já havia perdido o pai, mas ainda tinha esperanças que houvesse uma chance de salvar sua mãe. Por algum milagre, nem ela, nem seus irmãos adoeceram, mas isso não significa que isso não aconteceria. Eles ainda podiam e ela orou para que esse destino não recaísse sobre eles.

Sua mãe moveu a mão em direção a Billie. — Sinto muito por tornar as coisas tão difíceis para você. — Billie preferiu não mencionar a morte do seu pai. Aquilo poderia ser um golpe muito forte para sua mãe no momento. Ela já estava lutando com todas as forças que possuía e não precisava saber que o conde tinha perdido sua batalha. — Mas receio que ficará ainda mais difícil com o passar dos dias. — Sua respiração chiou. — Eu não quero morrer… — Sua voz tremeu um pouco ao dizer isso.

Lágrimas ameaçaram cair, mas Billie as controlou. Ela poderia chorar mais tarde na privacidade de seu quarto.

— Mas a morte está aqui para me reivindicar. Eu sinto muito, muito mesmo — disse a condessa. — Eu não tenho como expressar o quanto lamento, e nada que eu diga tornará isso melhor. Ele foi um tolo, o seu pai, e eu fui ainda mais por segui-lo até aquele país abandonado. Nós dois estamos pagando esse preço agora.

Billie teve ainda mais dificuldade em lutar contra as lágrimas. — Está tudo bem, mamãe.

— Não está — disse ela. — Mas você é um amor por dizer isso. Gostaria que pudéssemos ter deixado algo, qualquer coisa, para ajudá-la nos tempos difíceis que virão. Não precisa me dizer que seu pai não está mais neste mundo. Eu senti quando ele partiu, e logo me juntarei a ele.

 

— Sinto muito — sussurrou Billie, que nunca esperaria que sua mãe confessasse tal coisa. Ela nem sabia que algo assim era possível… — Eu não queria sobrecarregá-la com a verdade.

Os lábios de sua mãe se ergueram em um minúsculo sorriso. Ela mal conseguia mantê-los inclinados para cima e doía testemunhar essa falta de força. — Você é uma garota resiliente e corajosa. Precisará ser mais forte do que eu jamais fui e lutar por você, e seu irmão e irmãs. Eles dependerão de você. Queria que tivesse sido diferente. Procure o Duque de Graystone, ele é padrinho de seu pai e vai ajudá-la.

Pouco depois dessas palavras, sua mãe deu seu último suspiro. Uma lágrima solitária rolou pelo rosto de Billie. Ela tinha a sensação de que não gostaria de como o Duque de Graystone os ajudaria em suas dificuldades, mas tinha que reunir toda a força que podia e lidar com isso. Era o que a mãe dela esperava que ela fizesse e o que os irmãos precisavam. Ela não podia mais viver sua vida por si mesma, e uma parte dela odiou os pais por deixá-la com tantas complicações para superar. Eles eram egoístas e deixaram ela sem outra escolha a não ser o papel de irmã mais velha de quem todos dependiam. A sua vida não era mais dela, se é que alguma vez tivesse sido…

1

CAPÍTULO UM

Um mês depois…

Billie olhou para a mesa de mogno ornamentada e franziu a testa. Ela queria estar em qualquer outro lugar que não a sua localização atual. O duque de Graystone ainda não tinha aparecido e ela achou estranho que seu mordomo a tivesse levado ao que ela presumia ser o escritório de Sua Graça. Ela tinha vindo para pedir ajuda ao duque, então talvez de alguma forma o mordomo soubesse disso.

Onde estava ele? Ela se mexeu na cadeira. A cadeira era dura e ela não conseguia encontrar uma posição confortável. Com sorte, o duque não demoraria muito. Embora ela tivesse que admitir que temia a conversa que viria. Billie odiava implorar, mas não tinha muita escolha. Se o duque se recusasse a ajudá-los…

Ela engoliu em seco. Billie não conseguia sequer pensar nisso. O duque os ajudaria. Sua mãe disse-lhe para vir até ele, mas ela adiou o máximo possível. Esta era sua última chance. Os credores levaram tudo o que não havia sido pregado. Eles não podiam tomar a propriedade de Seville porque estava vinculada ao título, mas não havia mais como arcar com sua manutenção. Eles já não tinham como se alimentar ou continuar a sustentar o básico de suas necessidades.

Barulho de algo se movendo ecoou atrás dela. Ela se virou na direção do som quando um homem idoso entrou na sala. Ele tinha cabelos brancos nas laterais da cabeça e um topo careca brilhante. Seu estômago se projetava para fora e pendia baixo sobre as calças. Os botões de seu colete pareciam que iam estourar se ele respirasse com muita força. Ele tinha uma bengala de madeira na mão esquerda que raspava no chão enquanto ele se movia em direção a ela.

— Olá, querida — disse ele. Sua voz estava um pouco fraca enquanto falava e ela teve que se esforçar um pouco para ouvi-lo.

— Olá — disse ela modestamente. Billie não sabia o que mais ela deveria dizer, mas aquilo pareceu um pouco estúpido e repetitivo. Ela limpou a garganta. — Quero dizer… como o senhor está, Vossa Graça? — Não muito melhor, mas teria que servir.

— Estou bem. — Ele arrastou os pés e bateu com a bengala no chão enquanto se movia para seu assento atrás da mesa. Assim que alcançou sua cadeira, ele se abaixou gradualmente. Foi doloroso de assistir. Depois que ele se acomodou, ele voltou sua atenção para ela. — Fiquei triste ao saber da morte do seu pai. Se eu pudesse ter comparecido ao funeral, estaria lá. Mas minha saúde não é o que era antes.

Ela acreditou nisso. Testemunhando seu andar lento, Billie poderia jurar que quase podia ouvir seus ossos rangendo a cada passo que ele dava. — Está tudo bem, Vossa Graça, foi um funeral pequeno. — Eles não podiam pagar nem por isso. Se eles tivessem sido forçados a fazer um funeral maior, ela estaria aos pés do duque implorando no mesmo dia. — É melhor o senhor não se sobrecarregue. Meu pai teria entendido. — Seu pai era egoísta até o âmago e provavelmente teria amaldiçoado a negligência do duque, mas ela não expressou esse sentimento.

O duque tossiu. — Você está esperando há algum tempo e não desejo mantê-la mais tempo do que o necessário. O que a traz por hoje?

Billie não tinha certeza se estava feliz por ele ter decidido dispensar as sutilezas sociais ou irritada por ele não querer ter uma conversa agradável com ela. Embora, pensando bem, ela realmente não desejava passar mais tempo em sua companhia do que o necessário. Havia um odor estranho no cômodo que ela temia vir dele, considerando que ela não o tinha notado antes de ele entrar.

— Antes da minha mãe… — Ela respirou fundo, fortalecendo-se. — Minha mãe disse que se eu precisasse de ajuda deveria vir até o senhor. — Billie rezou para que ele não a mandasse embora por ter pedido ousadamente por caridade. Doeu ter que procurá-lo. Se ela pudesse ter encontrado outra maneira, ela teria.

— Disse? — Ele arqueou uma sobrancelha. — Augusta sempre acreditou no melhor de mim.

O que isso queria dizer? — Minha mãe via o lado bom de todos. — Caso contrário, ela nunca teria se casado com o pai de Billie, ou o seguido aonde quer que ele fosse. Ela poderia ainda estar viva se tivesse ficado em casa.

— Isso é verdade — disse o duque. Ele inclinou-se para frente, colocando os cotovelos na mesa, depois juntou os dedos. — Diga-me, Lady Wilhelmina, por que devo ajudá-la?

Billie deveria ter esperado essa pergunta, mas aquilo a pegou de surpresa. Ela não tinha ideia de como responder. Sua mãe disse que o duque os ajudaria. E se ela estivesse errada? — Minha mãe…

— Não sabia das coisas — interrompeu o duque. — Ela nunca deveria ter presumido nada.

Eles estavam condenados. O duque não os ajudaria. As lágrimas ameaçaram cair, mas ela as conteve. Este homem odioso não a reduziria a uma idiota chorona. — Então, o senhor não vai ajudar a mim e aos meus irmãos? Vai nos deixar morrer de fome? Ou algo pior…

— Eu não sou responsável por você ou sua família. Minha obrigação era para com seu pai, o pouco que fosse, e com a morte dele essa obrigação, em minha opinião, acabou.

Ele era um homem odioso. — Percebo. — E ela realmente percebeu. O egoísmo do duque superava mil vezes o de seu pai. — Me desculpe por ter perdido o seu tempo. — Ela se levantou e se curvou para se afastar dele.

— Eu nunca disse que não ajudaria.

Billie parou e virou-se para ele. — Depois do que o senhor me disse, isso ficou claro. Por que eu acreditaria no contrário?

— Podemos chegar a um acordo. — Ele gesticulou em direção ao assento. — Você tem algo de que preciso muito e, se concordar, vou apoiar o resto da ninhada que Oscar e Augusta geraram.

Ele olhou para ela e lambeu os lábios, quase como se sua refeição ou sobremesa favorita tivesse sido colocada diante dele. O estômago dela revirou. — O que o senhor precisa que eu faça? — Billie tinha a sensação, bem lá no fundo, de que não gostaria do que ele tinha a dizer.

— Sente-se — ordenou ele. — Isso não é algo que devemos discutir com você pairando sobre mim.

Ela dificilmente estava fazendo tal coisa. Billie não estava nem perto dele, no entanto, ela fez como ele instruiu e acomodou-se na cadeira desconfortável. — Agora que fiz o que o senhor pediu, pode explicar o que quis dizer?

— É realmente simples — começou ele. — O canalha do meu sobrinho é o meu herdeiro e prefiro que ele não herde minha propriedade.

O estômago de Billie despencou com essas palavras. — Então o senhor quer que eu…

— Case-se comigo e tenha um filho meu. — Ele terminou por ela. — Eu posso obter uma licença especial hoje e podemos consumar o casamento esta noite. Minha falecida esposa não cumpriu sua obrigação, mas não tenho dúvidas de que você se sairá bem. Sua mãe teve cinco filhos. Certamente você pode ser capaz de gerar um.

A última coisa que Billie queria era se casar com um homem velho e só a ideia de deixá-lo tocá-la… Seu estômago revirou novamente. Seria horrível. Mas de alguma forma, ela teria que passar por isso. Esta era a única maneira que ela tinha para salvar sua família. — Tudo bem — concordou ela antes que mudasse de ideia e saísse correndo da casa gritando.

— Bom — sorriu ele. — Você e eu vamos nos divertir muito juntos.

Billie duvidava muito disso…


O casamento estava programado para acontecer em menos de uma hora. Billie estava perto de perder o pouco conteúdo de seu estômago.

— Não faça isso — pediu Teddy. — Encontraremos outra maneira.

— Não há outra maneira — disse Billie com firmeza. — Preciso fazer isso. Dessa forma, Carly, Chris e você poderão fazer conexões fabulosas. Damon poderá estudar em Eton. — Ela forçou um sorriso em seu rosto. — Isso vale qualquer preço que eu tenha que pagar e, pelo menos, serei uma duquesa. — Ela não pensaria na noite de núpcias. O duque certamente a esmagaria em seus esforços para semear um filho nela.

— Talvez você tenha sorte e o velho duque morra logo — disse Carly.

— Isso seria uma bênção — concordou Chris e então olhou para Billie. — Quais são as chances de isso acontecer?

Billie gostaria de poder dizer às irmãs que tudo ficaria bem, mas ela não acreditava totalmente nisso, então ela não podia expressar essas palavras. Todos eles já haviam sofrido muito, mas Billie… o sofrimento dela continuaria. Sua única esperança era que com isso o resto deles seguiriam em frente e teriam um futuro melhor. Ela balançou a cabeça e suspirou enquanto a enormidade de sua situação a esmagava. — Não antes de eu ter que sofrer a consumação — disse ela secamente. — Minha sorte não é tão boa.

As gêmeas riram. — Pelo menos você ainda tem senso de humor. Você vai precisar dele para aguentar estar casada com aquela cabra velha — disse Chris. — Eu realmente queria que você não tivesse que fazer isso.

Billie também. — Não há outra escolha. — O seu estômago roncou. Ela provavelmente ainda vomitaria… — Todos nós ficaremos bem. — E o duque era velho. Quem sabe ela seria capaz de ter um segundo casamento baseado no amor, não na necessidade. — Eu prometo que nenhuma de vocês terá que fazer esse tipo de sacrifício.

Teddy deu um passo a frente e colocou os braços em volta de Billie. — Eu te amo e quero o melhor para você. Por favor, não faça isso. Eu quero que você seja feliz e você nunca será feliz casada com um velho que só quer te usar. — A voz dela tremeu um pouco ao dizer isso. Claramente, ela estava lutando contra as lágrimas.

— Você está certa — disse ela, enquanto abraçava a irmã com força. — Não serei feliz como esposa dele. Pelo menos não da maneira que você está sugerindo. O que me deixará feliz é saber que minhas irmãs e meu irmão estão seguros e bem cuidados. E que eu posso fazer isso acontecer. Pesei o custo e considerei que valia a pena seguir este caminho. Não fique triste por mim.

— Não posso evitar — respondeu Teddy. Ela deu um passo para trás e enxugou as lágrimas dos olhos.

Uma batida ecoou pelo quarto. — O vigário está aqui e pronto para realizar a cerimônia — disse o mordomo. — Se a senhorita me seguir, eu mostrarei o salão. Sua graça não gosta de ficar esperando.

Mas ele não tinha nenhum problema em fazer os outros esperarem… Billie, no entanto, não disse essa parte em voz alta. Ela assentiu e seguiu o mordomo, com suas irmãs atrás dela. Logo ela faria votos de honrar e obedecer a um homem sobre o qual ela mal conhecia. Ele teria poder sobre ela e o usaria em sua vantagem. Ela odiava sequer a ideia de entregar-se a ele. Não que sua mãe a tivesse informado sobre os detalhes do leito conjugal. Curiosa, Billie lera algumas coisas em revistas médicas e topou com um livro bastante embaraçoso com esboços interessantes no escritório de seu pai. Ela não entendia muito bem como era possível fazer algumas daquelas posições em particular, mas os detalhes não importavam. Pelo menos não aqueles. As informações relativas à geração de crianças sim. Então, ela entendeu que teria que deixá-lo colocar seu membro dentro dela. Isso não significava que ela tinha que gostar, e ela duvidava muito que gostasse.

 

Billie não achava que gostaria de fazer aquilo com ninguém, mas supôs que amar o homem que faria isso com ela poderia ajudar. Se o amor fosse algo possível de ser alcançado… Parte dela não acreditava no amor, pelo menos não para si mesma. Talvez fosse o melhor. Talvez ela devesse fazer uma promessa a si mesma… de nunca se apaixonar, e nunca permitir que um homem tomasse o seu coração a fizesse querer jogar a cautela ao vento. Ela não cometeria o erro de sua mãe.

Não havia decorações ou indicação de que um casamento seria realizado no salão. O duque estava ao lado de um homem muito mais jovem, mas ainda mais velho do que Billie. Se ela fosse adivinhar, o vigário era mais próximo da idade de seu pai. O duque era facilmente três décadas mais velho, provavelmente mais, que seu pai.

— Bom — disse o duque. — Você está aqui. Agora podemos começar. — Ele fez um gesto para que Billie se juntasse a eles.

— Estou pronta — murmurou ela. Embora ela não estivesse de verdade. Ela se aproximou do duque e do vigário. Suas irmãs também estavam lá, mas tudo começou a ficar em segundo plano. Se ela tivesse alguma chance de sobreviver à cerimônia, não poderia se permitir pensar muito nisso.

O casamento passou como um borrão, porque ela empurrou todos os seus medos para o lado e apenas seguiu em frente. Ela estava abrindo mão de sua vida e depois disso nada mais seria o mesmo. — Eu os declaro marido e mulher — disse o vigário. — Que o Senhor abençoe seu casamento por muitos anos.

Billie esperava que não. Se possível, ela esperava que sua parte neste casamento terminasse no primeiro ano e ela não tivesse que suportar a atenção do duque depois disso. Embora ele possa querer tentar ter um sobressalente. Deus a ajudasse se ele quisesse…

— Agora que as formalidades terminaram — começou o duque. — É hora da parte divertida. Eu te encontrarei em seu quarto.

— Tão rapidamente? — Seu intestino deu um nó. Ela esperava pelo menos um pequeno adiamento. Ela não tinha nenhum desejo de retornar ao que seria seu quarto para o resto de sua vida, ou, pelo menos, enquanto o duque vivesse. Era um quarto bom o suficiente, mas era de certa forma desagradável. Naquele aposento ela teria que suportar as atenções do duque.

— Já é noite — disse o duque. — Não há razão para esperar.

Ela engoliu em seco e seguiu uma criada até seu quarto. Billie perdeu toda a capacidade de pensar quando a criada a ajudou a se despir. Quando seu vestido foi removido e Billie ficou sozinha apenas de camisola, o duque entrou na sala. Ele usava um manto que mal cabia em sua cintura robusta. — Saia — ordenou ele à criada. Ele estendeu a mão para Billie. — Deixe-me ver pelo que eu paguei. — Sua respiração estava pesada e áspera enquanto ele se movia em direção a ela. A cada passo que dava, seu rosto ficava cada vez mais vermelho, com as bochechas mais coradas.

Ela queria dar um passo para trás, mas sabia que não podia. Billie fechou os olhos e se preparou para suas apalpadelas. Ela podia aguentar isso. Ela podia… e se ela continuasse dizendo isso a si mesma, talvez ela chegasse ao fim inteira.

Ele engasgou e então um alto Tum soou pelo cômodo. Billie abriu os olhos e olhou para o duque caído no chão. Seu rosto tinha perdido toda a cor, o que era inacreditável considerando o quão vermelho ele estava há poucos momentos, e ele não parecia como se… como se estivesse respirando. — Sua Graça? — Sua voz falhou enquanto ela pronunciava essas duas palavras.

Ele não respondeu. Billie abaixou-se e verificou sua respiração. Oh Deus… ele estava morto. O que diabos ela faria agora? O casamento nunca foi consumado… uma parte dela ficou aliviada por isso e a outra… apavorada. Ela não tinha nenhum direito real e o homem que herdaria o título poderia muito bem despejá-la, assim como sua família. Se isso acontecesse, ela não sabia o que faria. Era bastante inconveniente que o velho tenha morrido logo depois de se casar com ela. Talvez ela não devesse dizer nada ao novo duque. Não, ela não poderia fazer isso. Se ele perguntasse, ela teria que ser honesta com ele. Seu casamento mal era válido, e a morte do duque a deixou exatamente onde ela havia começado… sem absolutamente nada.

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