Chocado Pela Minha Megera

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Chocado Pela Minha Megera
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Chocado pela minha megera

Às vezes, seu coração precisa de mais tempo para aceitar algo que sua mente já sabe, e, às vezes, é o contrário. Espero que todos gostem da luta que Christian e Scarlett enfrentam, e os perdoe enquanto eles se atrapalham para resolver tudo isso. Amar é difícil, mas vale a pena, com a pessoa certa.

Contents

Prólogo

1. CAPÍTULO UM

2. CAPÍTULO DOIS

3. CAPÍTULO TRÊS

4. CAPÍTULO QUATRO

5. CAPÍTULO CINCO

6. CAPÍTULO SEIS

7. CAPÍTULO SETE

8. CAPÍTULO OITO

EPÍLOGO

AGRADECIMENTOS

Afterword

SOBRE DAWN BROWER

Sorte no Amor

Dawn Brower

Prólogo

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são frutos da imaginação da autora, ou são usados de forma fictícia e não devem ser interpretados como real. Qualquer semelhança com eventos, locais ou pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.

2020 Direitos Autorais © Dawn Brower.

Chocado pela minha megera Arte da capa e edição por Victoria Miller.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser usada ou reproduzida eletronicamente ou impressa sem permissão por escrito, exceto no caso de citações breves incorporadas em resenhas.

Prólogo

Verão de 1835

Lady Scarlett Lynwood olhou pela janela da biblioteca na Weston Manor. Ela não deveria estar ali. Não na biblioteca, mas na propriedade Weston. Algo dentro dela lhe dizia que se arrependeria de ter permitido que sua mãe a trouxesse até ali. Suas premonições nunca a deixaram em apuros, nenhuma vez desde que percebera que, às vezes, podia prever o futuro. Ela podia não ser adulta ainda, mas sua alteridade muitas vezes a fazia se sentir mais velha. Desta vez não fora diferente.

— Por que você está aqui sozinha? — Um cavalheiro perguntou.

Ela se virou para encontrar o olhar de Christian Kendall, o marquês de Blackthorn. Ele era um par de anos mais velho que ela, e estava parado como um completo cavalheiro. Devia ser porque essa era a casa de sua família, e um dia ele seria o duque, ou era apenas o seu comportamento. Ela não tinha certeza de qualquer maneira, ou porque isso sequer importava. Scarlett encolheu os ombros com indiferença.

— Não há nada interessante fora dessa sala.

Christian, ela não conseguia pensar nele como lorde Blackthorn, parecia impessoal e formal enquanto inclinava a cabeça para o lado.

— Mas há algo interessante aqui?

— Claro — ela respondeu e gesticulou em direção às prateleiras. — Existem inúmeras histórias nas prateleiras que podem me levar a mundos diferentes sempre que eu quiser.

Ele sorriu.

— Suponho que seja verdade. — Christian se moveu para mais perto dela. — Você tem um livro favorito?

Ela balançou a cabeça.

— Gostaria de ler alguns dos livros de que a minha mãe fala — ela começou. — Você sabe, da época dela.

O sorriso de Christian se desfez. Ele não gostava de falar sobre viagem no tempo? Sua mãe, Alys, a Duquesa de Weston, tinha viajado da mesma época que a mãe de Scarlett. Este não era um segredo que qualquer uma delas tinha mantido de seus filhos. Scarlett ouvira várias conversas ao longo dos anos. Elas relembravam como era fácil se mover de um lugar para outro, telefones celulares e algo chamado chuveiro quente. Tudo parecia interessante, mas Scarlett duvidava que algum dia conheceria algo assim. Ela gostava de pensar que era corajosa, mas duvidava que tivesse a coragem de viajar para uma época desconhecida.

— Não tenho certeza se entendi o que você quis dizer — disse Christian, com cuidado.

Scarlett balançou a cabeça e ergueu o canto dos lábios.

— Não finja que não entende minhas palavras. Não convém você se fingir de ignorante quanto ao passado das nossas mães.

Ele ergueu uma sobrancelha, quase arrogantemente.

— Nós não discutimos essas coisas. É melhor não mencioná-las.

Scarlett zombou. Ele era um idiota então.

— Talvez você deva lembrar esse fato às senhoras que nos trouxeram a este mundo. Não acredito que tenham recebido essa mensagem em particular.

Christian suspirou.

— Você está certa, é claro.

Ele parou na frente de um grande espelho e olhou para o seu reflexo. Era um jovem bastante bonito e provavelmente se tornaria ainda mais lindo com o passar dos anos. Entretanto, não era alguém que ela podia considerar dessa forma. Scarlett não conhecia seu futuro, mas sabia que não seria uma futura duquesa. Esse destino parecia atroz, e se recusava a acreditar que se apaixonaria por um homem destinado a jogá-la no meio de todas as expectativas da sociedade. Ela preferia fazer o que quisesse, sem levar tudo disso em consideração.

— Você sabe como funciona a viagem no tempo? — ele perguntou, ainda olhando para o espelho.

— Sim — ela respondeu. — Bem, não completamente, eu entendo que é possível, e que minha família tem certos dons que nos permitem dobrar o tempo à nossa vontade, mas não sei como fazem isso funcionar.

Scarlett olhou para o espelho. Havia algo incomum, e estava sendo atraída pelo objeto. Ela queria tocá-lo, mas isso significava se aproximar de Christian. Antes que percebesse o que estava fazendo, ela caminhou até ele e parou ao seu lado.

Seu cabelo era um pouco mais claro, quase beijado pelo sol, e o dela, um tom escuro de vermelho. Seus reflexos no espelho os encaravam de volta, quase provocando a ambos, para dar um passo a frente. E aí o quê? Entrar no espelho? Isso não parecia certo. Ela fechou os olhos, e conseguiu imaginar. Os dois andando de mãos dadas pelo vidro.

— Ele está falando com você também, não é? — Christian perguntou em um sussurro abafado. — Ele fala comigo o tempo todo e, em alguns dias, quase quero ceder.

Então, é isso o que estava fazendo? Falando com aqueles com habilidades e os atraindo para o outro lado? Era isso o que acontecera com sua mãe? Scarlett nunca perguntou como ela tinha viajado e, por sua vez, sua mãe nunca lhe deu os detalhes. Agora, ela queria saber. Mais tarde, ela finalmente perguntaria a ela. Sua mãe poderia oferecer a informação por conta própria, já que seu dom especial era a empatia e podia facilmente discernir o que estava incomodando as pessoas.

— De fato, está fazendo alguma coisa — ela admitiu.

Scarlett pegou a mão dele e apertou. Ela não entendia por que sentia a necessidade, mas também não questionou. Ele olhou para suas mãos, então encontrou o olhar dela.

— Se você queria segurar minha mão, deveria ter dito isso antes — disse ele em tom de flerte.

— Oh, fique quieto — ela o repreendeu, então estendeu a mão e tocou o espelho. As ondas circularam como se estivessem em um lago depois que uma pedra é jogada. Ela se encolheu com a textura macia, sem esperar por isso. — Você viu isso?

— Eu não acho que você deveria fazer isso de novo — Christian respondeu, sua voz tensa.

As ondas clarearam, e uma imagem se formou no espelho, não mostrando mais o reflexo de ambos. Em vez disso, mostrava... seu futuro. Scarlett não esperava por isso. Uma versão mais velha deles estavam em um abraço apaixonado dentro de uma sala que ela não reconheceu. Ele a beijava como se sua vida dependesse disso, e provocou coisas estranhas em seu interior enquanto testemunhava a cena. As sensações se espalharam sobre ela, e ela quase gemeu. Scarlett quase podia sentir o que seu eu do futuro, sentia.

— Isso... — A voz dele estava rouca enquanto falava. — Isso não pode ser verdade.

— Não? — Ela se virou para ele e ergueu uma sobrancelha. — Você me acha tão desagradável, então?

— Eu não disse isso — respondeu ele, na defensiva. Então olhou para suas mãos entrelaçadas e puxou a sua. — É... não é isso. O espelho deve estar pregando uma peça em nós.

— Com quê fim? — Ela estava enojada. Scarlett quis cutucá-lo algumas vezes e xingá-lo, mas se conteve. Ele não merecia respirar o mesmo ar que ela. — Você está sugerindo que o espelho é autoconsciente? — Ela bufou. — Não seja ridículo.

Scarlett se afastou dele e começou a sair da sala, mas parou quando ele a chamou de volta.

— Você pode ver o futuro, não pode? Você honestamente acha que isso vai acontecer?

Ela manteve as costas retas e não se virou para encontrar o seu olhar. Mas o tom de incredibilidade dele aumentara. Scarlett não falou sobre seus dons, então como ele poderia saber?

— Meu futuro não tem nada a ver com você. — Depois que falou, ela continuou saindo da sala.

Ela não explicou que não conseguia ver seu próprio futuro e não tinha como saber se a visão no espelho era verdadeira ou não, mas esperava que fosse como ele disse, algum tipo de brincadeira. Ela odiava pensar que iria desejá-lo e permitir que ele a beijasse daquela maneira.

 

Scarlett, pelo menos, na atual conjuntura de sua vida, não tinha planos de se casar com ninguém. Beijar geralmente conduzia uma lady a esse caminho, e o caminho em direção a Christian vinha com deveres e responsabilidades que ela não conseguia se ver cumprindo. Um dia ele seria o duque, e ela não tinha aspirações de ser sua duquesa, ou mais importante, a esposa de que ele precisaria ao seu lado.

No fundo, porém, ela acreditava que era verdade. Mesmo quando queria negar até seu último suspiro. Scarlett o queria, sempre foi atraída por ele, mas dizia a si mesma que ele não era para ela. E iria repetir esse mantra até que um dia, realmente acreditasse.

Ele merecia uma lady que pudesse se entregar totalmente a ele. Scarlett nunca seria essa mulher, porque ela nunca se permitiria amá-lo. Dar seu coração, no seu ponto de vista, era equivalente à miséria. Não, ela não iria se apaixonar, agora ou no futuro. Era o melhor.

CAPÍTULO UM

Dez anos depois…

Scarlett olhou pela janela da carruagem enquanto percorriam o longo caminho que levava à Weston Manor. De certa forma, era algo surreal. Durante a sua última visita, teve uma experiência bizarra, que esperava nunca repetir, com Christian Kendall, o marquês de Blackthorn. Ela o esteve evitando tanto quanto possível desde aquele dia.

Depois de sua visão compartilhada, ela o evitara a todo custo. O que vira naquele espelho fora o mais próximo de um pesadelo que poderia imaginar. Ela não acreditava no amor e esperava que fosse isso que o espelho estava refletindo para eles.

Ela deveria amar Christian, mas não podia. O amor era algo para outras pessoas, não para uma garota que via mais do que deveria. Suas premonições lhe mostraram muito e ao mesmo tempo tão pouco. Em suma, lhe mostravam tudo, exceto o que ela queria ver. Um futuro que não envolvia lorde Blackthorn.

Ele não poderia ser seu futuro, mesmo que, às vezes, ela desejasse que pudesse e doía mais do que gostaria de aceitar isso como um fato. Eles eram opostos completos. Ela não queria amá-lo ou desejá-lo. Scarlett acreditava, bem no fundo, que nunca se casaria e estava determinada a permanecer firme nessa convicção.

Ela havia conseguido de alguma forma manter distância de lorde Blackthorn e continuaria fazendo isso pelo tempo que pudesse. Às vezes, o destino tinha outros planos, e ela temia que o dela finalmente decidiu forçá-la a seguir o caminho que ela estava destinada.

Não gostaria de ter ido a essa festa. Sua prima, lady Hyacinth Barrington, queria perseguir algum príncipe estrangeiro ali. Ela desejava ser uma princesa. Claro que ela não seria, mas dizer isso a sua teimosa prima era como falar com uma pedra muito grande. Ela estava impassível, mas assim que percebesse o erro que estava cometendo, se sentiria incrivelmente estúpida. Havia um homem para Hyacinth, e era o Conde de Carrick. Eles estavam destinados a ficar juntos.

— Eu sei que já disse isso — sua tia, lady Havenwood, disse enquanto falava com Hyacinth. — Mas eu realmente estou feliz que você decidiu vir à festa. Será sua última chance de garantir um partido antes de nos retirarmos para o interior.

— Talvez eu esteja condenada a permanecer uma solteirona — disse Hyacinth. Seu tom se encheu de amargura enquanto falava. — Pode ser o melhor. Eu prefiro Havenwood de qualquer maneira. Tenho certeza de que, quando chegar a hora, Elijah me permitirá permanecer na residência.

— Não seja dramática — Lady Havenwood disse e então suspirou. — Você está longe de se tornar uma solteirona. Tente ser um pouco mais... amável. Permita-se gostar de alguém e veja onde isso leva.

Scarlett teve vontade de bufar. Sua tia tinha boas intenções, mas não se importava com as necessidades e desejos da filha. De certa forma, Scarlett teve sorte. A empatia de sua mãe permitiu que ela visse mais do que a maioria das mães veria. Ela entendia Scarlett como ninguém jamais o faria. Talvez um dia, sua querida tia se conectasse com Hyacinth, e elas teriam um relacionamento melhor. Scarlett esperava que sim. Ambas significavam muito para ela.

Acima de tudo, Hyacinth queria amor, mas havia possibilidade de ela fazer uma escolha da qual poderia se arrepender. O futuro não era definido em pedra. O homem que amava era lorde Carrick, mas ela acreditava que queria algo tão frio quanto o título de princesa.

Hyacinth encontrou o olhar de lady Havenwood e disse:

— Mãe, você encontrou o amor e espera que todos consigam também. A maioria dos indivíduos não tem tanta sorte. Deixe-me encontrar meu próprio caminho e, por favor, pare com os conselhos indesejáveis.

— Não há necessidade de ser rude — sua mãe bufou as palavras.

— Não se preocupe, prima — disse Scarlett. Ela tinha que tentar guiar sua prima para uma direção diferente. Uma que ela mesma deveria estar seguindo, se pudesse deixar de lado suas próprias ambições. — O amor já está com você. Logo será inegável. — Isso soou um pouco vago para seus próprios ouvidos e Scarlett duvidou que Hyacinth fosse acreditar.

Hyacinth torceu o nariz.

— Acho que não quero tentar discernir o significado disso. — Ela olhou para Scarlett. — E quanto a você? Você tem amor em sua vida?

Ela franziu o cenho.

— Meu futuro nunca está claro para mim. Quanto mais perto estou de algo, mais difícil é de ver. Eu gostaria de acreditar que terei o amor, mas não posso ter certeza.

Scarlett encolheu os ombros. Ela não podia contar a ninguém que uma vez se viu em um espelho com Christian e parecia estar loucamente apaixonada por ele. Essa visão tinha que ser uma mentira. Ela se recusava a aceitar isso.

— Tenho certeza de que o amor vai encontrar você. Como não poderia? — Seu tom parecia sincero. Não havia razão para duvidar dos sinceros desejos de sua prima para ela.

— Obrigada. — Os lábios de Scarlett se curvaram para cima em um sorriso caloroso. — Agradeço sua crença na minha felicidade. — Pelo menos alguém o fazia.

A carruagem parou em frente à mansão. Hyacinth escorregou para a frente ao pararem, mas se segurou na lateral da carruagem para se manter no lugar. Scarlett inclinou-se para o lado para se preparar.

— Estou feliz que finalmente chegamos.

Scarlett fechou os olhos e suspirou. Sua prima realmente odiava viajar. Provavelmente era por isso que ela inicialmente não queria comparecer a esta festa. Ela provavelmente preferiria voltar para Havenwood. Seu objetivo de se tornar uma princesa sem dúvida alterara seus planos.

— Eu não poderia concordar mais — Scarlett respondeu e soltou um suspiro. — Houve momentos em que pensei que nunca chegaríamos.

— Agora você parece o Elijah. — Hyacinth sorriu. — Ele reclamou de toda a viagem que fizemos para cá uma década antes.

Seu primo, Elijah, odiava viajar mais do que qualquer um deles. Ela esperava não ser tão irritante quanto ele às vezes. Scarlett não se importava de viajar de vez em quando. Ela apenas odiava esta jornada em particular, porque levava ao único lugar que realmente não queria ir...Weston Manor. Não importava quantas vezes se lembrasse mentalmente disso, não conseguia se livrar do medo que a envolvia. Lorde Blackthorn estaria lá. Eles se cruzariam e ela teria que enfrentá-lo novamente. Talvez ele tenha esquecido aquela visão amorosa? Scarlett poderia apenas desejar que sim.

Lady Havenwood deu uma risadinha.

— Ele não tolera bem longos períodos em uma carruagem. Aquele meu filho os evita a todo custo e agora prefere andar a cavalo. — Ela balançou a cabeça. — É provavelmente melhor. Houve momentos naquela viagem em que pensei em matá-lo, e eu o amo.

— Tenho certeza de que ninguém culparia você — Hyacinth disse a ela. — Ele fora insuportável.

Scarlett estava um pouco surpresa que a tia considerasse qualquer coisa que Elijah fizesse insuportável. Por mais que ela expusesse apenas seus traços mais desejáveis, parecia que Lady Havenwood acreditava que seu querido filho não poderia fazer nada errado.

Um lacaio abriu a porta da carruagem. Ele estendeu a mão e ajudou as mulheres a saírem. Hyacinth se espreguiçou, provavelmente grata por estar fora do cabriolé. Elas haviam chegado. Agora, Scarlett tinha que fazer o possível para evitar Lorde Blackthorn o tempo todo em que estivesse lá. Essa tarefa poderia revelar-se improvável.

— Bem, mãe — Hyacinth começou — não sei sobre você e Scarlett, mas estou ansiosa para descansar em meus aposentos. Fora uma jornada tediosa para chegar aqui.

— Eu entendo completamente — Lady Havenwood disse. — Vamos cumprimentar a dona da casa e depois poderemos descansar.

Scarlett acenou com a cabeça.

— Você não precisa me convencer. Estou pronta e disposta a dormir o resto do dia. — Ela esfregou a barriga. — Ou pelo menos até o jantar. Meu estômago poderia discordar de dormir até o dia seguinte.

Hyacinth riu levemente. Scarlett estava contente em ver sua prima feliz. Ela provavelmente tinha planos de fugir e perseguir o príncipe. Scarlett silenciosamente desejou uma feliz caçada. O príncipe poderia não ser o futuro de Hyacinth, mas ele poderia conduzi-la para onde ela pertencia: nos braços de Lorde Carrick.

Scarlett não disse mais nada. Ela queria se esconder em seus aposentos por enquanto. Mais tarde, descobriria a melhor maneira de evitar Lorde Blackthorn. Poderia ser impossível, mas tinha que tentar.


Christian Kendall, o marquês de Blackthorn olhou para a carruagem em frente à entrada de Weston Manor. Uma mecha de seu cabelo castanho claro caiu sobre a testa enquanto o vento soprava ao redor dele. Christian ergueu a mão e afastou-a dos olhos. Ele estava bem ciente de quem estava dentro da carruagem. Estava esperando por elas. Lady Scarlett vinha fazendo o possível para evitar passar algum tempo em sua presença. Agora que ela estava aqui, isso seria impossível de realizar. Ela nunca deveria ter vindo para Weston Manor se não quisesse que ele a perseguisse.

Aquela visão no espelho o apavorou quando era muito jovem para entender seu significado. Por anos, ele esteve fugindo de seu futuro, mas agora estava pronto para enfrentá-lo. Seu irmão correu direto para aquele espelho e para o seu destino. Se Nicholas podia ser tão corajoso, por Deus, ele também podia.

— O que você está olhando? — Rhys Rossington, o Conde de Carrick, perguntou. Uma mecha de seu cabelo loiro escapou do laço de couro que o segurava no lugar.

— Alguns convidados chegando — respondeu ele. Seu primo podia discernir por si mesmo suas identidades. Havia uma dama na qual Rhys estaria interessado.

Rhys olhou para a frente da mansão. Eles estavam caminhando ao longo do penhasco, em silêncio. Seu primo pensava em algo e Christian suspeitou que tinha muito a ver com Lady Hyacinth Barrington. Eles pareciam estar atraídos um pelo outro, e Christian acreditava que logo encontrariam o caminho para ficar juntos. Ele não tinha dúvidas de que seu primo iria pedir a moça em casamento em algum momento... era uma questão de tempo.

— Você sabe quantos convidados são esperados? — Rhys perguntou enquanto mantinha sua atenção na casa.

— Eu não sei — Christian respondeu. — Mamãe não me consulta sobre esses assuntos. Não mais do que o normal, eu espero. — Havia apenas uma convidada com quem Christian se importava e, como acabara de chegar, o resto não importava para ele. — Mais do que provavelmente gostaríamos, para ser honesto.

— Verdade — disse Rhys evasivamente. — Suponho que devamos voltar para casa. Tia Alys espera que a ajudemos a entreter os convidados.

— Minha mãe terá de algum tipo de expectativa para nós — ele concordou. — Mas provavelmente estamos livres para o primeiro dia. Amanhã, por outro lado, acho que não.

— Não se preocupe — respondeu Rhys. — Eu sei meu dever. — Ele sorriu maliciosamente. — Haverá muitas mulheres que requerem um pouco de diversão. Entre meu charme e sua natureza indescritível, tenho certeza de que ajudaremos a causa de sua mãe.

Christian tinha suas dúvidas. Com seu interesse por Scarlett, e o de Rhys por Lady Hyacinth, haveria várias damas desapontadas presentes no local. Ele não diria isso ao seu primo. Rhys poderia ainda estar em negação sobre seus sentimentos por Lady Hyacinth.

 

— Talvez — ele respondeu com cautela. — Vou segurar meu julgamento até amanhã. Por enquanto, devemos entrar. Podemos jogar bilhar e talvez beber muito conhaque. Eu gostaria de pular o jantar hoje à noite, e esta poderá ser nossa única chance de ter um tempo tranquilo.

Ele tinha a sensação de que Scarlett pretendia fazer o mesmo. A pergunta era: Ela se esconderia em seu quarto ou encontraria outro lugar para escapar? Ele esperava que o último fosse o que ela escolheria. Embora, de qualquer forma, Christian pretendesse ter um encontro privado com ela. Ela poderia pensar que conseguiria se esconder, mas era hora de desiludi-la dessa ideia.

— Um copo ou dois, inferno, vários, soa como um pedaço do céu — disse Rhys. Ele inclinou os lábios para cima em um sorriso malicioso. — Espero que você planeje perder no bilhar porque pretendo vencer todas as partidas.

— Você pode tentar — respondeu Christian com entusiasmo, e bateu levemente no ombro de Rhys com a palma da mão. — Mas nós dois sabemos que é improvável.

— Talvez — Rhys concordou. — Mas isso não nega o fato de que pretendo tentar.

Christian riu.

— Você sempre tenta.

Eles caminharam lado a lado até a mansão. Christian realmente não tinha nenhuma vontade de jogar bilhar ou beber qualquer conhaque, mas tinha que fazer algo para ocupar as horas até que pudesse passar algum tempo na companhia de Scarlett. Passar aquelas horas com seu primo seria, pelo menos, divertido.

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