Cativeiro

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— De qualquer forma… tenho trinta anos, não tenho filhos e nunca me casei. Hmmm, minha cor favorita é rosa, gosto de dançar, amo comida italiana, não bebo muito álcool, mas tomo chá doce como se estivesse para acabar e… oh, o mais importante, vou dominar o mundo, assim que descobrir o segredo de como ganhar dinheiro em tubos de ensaio — declarou ela, com naturalidade, e começou a rir. Sim, essa última parte foi uma piada. Ela e Cassie diziam que elas viviam um dia de cada vez.

Olhando para o Sr. Conversa Fiada, ela pensou ter notado uma leve curvatura em seu lábio superior. Ele estava ouvindo. O problema era que isso não significava que ele estava falando. Talvez ele questionasse os motivos dela. Quem sabe quanto tempo estava preso ali, naquela cela horrível? Ela presumia que ninguém havia lhe demonstrado um grama de bondade. Provavelmente, ele precisaria saber onde estava a lealdade dela.

— Então, o negócio é o seguinte. Quero ajudá-lo. Por mais que eu queira destravar as algemas e libertá-lo, isso não é uma opção. Você tem algo de valor para este centro de pesquisa, e eles não vão deixá-lo partir sem concedê-lo. Mas o que posso fazer é ser uma espécie de mediadora e prevenir qualquer abuso futuro contra você. Se você me ajudar, farei o que puder para ajudá-lo. Mas você precisa confiar em mim. Meu chefe não gostou da minha vinda até aqui, mas concordou em dar uma chance — admitiu ela, abertamente.

Jim não iria deixá-la continuar aquelas visitas se ela não fizesse nenhum progresso. Para ele, era perfeitamente adequado bater naquele homem até a sua submissão. Liv não queria que isso acontecesse. Estava propensa a ajudar aquele homem, se ele a deixasse ajudá-lo.

Olhando para o relógio, ela entrou em pânico quando viu há quanto tempo estava com ele. Seu tempo estava quase acabando. Jim esperava que ela se reportasse a ele após aquela primeira reunião. Se fosse de mãos vazias, ele poderia cancelar o acordo.

— Vamos. Ajude-me. Qualquer coisa, por favor — pediu ela, ficando de joelhos e implorando. Era dramático demais, mas ela estava tentando provar seu ponto de vista. O homem apenas a olhou, sem expressão. Ele não iria ceder um centímetro.

Exalando derrota, ela enfiou a mão na bolsa e tirou seu velho iPod Nano e um conjunto de fones de ouvido. Pelo menos, ela poderia deixar alguma música para ele. Se estivesse acorrentada a uma parede, a música seria sua salvação. Um meio de escapar de sua infelicidade.

— Quero que você fique com isso, caso eu não tenha permissão para voltar. Certifique-se de escondê-los dos outros, sob o colchão — aconselhou Liv, jogando o conjunto na direção dele.

Ele o pegou sem desviar os olhos dos dela. Olhando para trás, ela sentiu o rubor retornar às suas faces, mas não desviou o olhar desta vez.

Se nunca mais o visse, queria que ele soubesse que ela realmente se importava com ele. Esperava que ele o visse em seu íntimo, onde o olhar dele penetrava em sua alma.

Forçando-se a interromper o controle que ele exercia sobre ela, ela se virou para sair da sala.

— Lawson.

O tom de barítono grave enviou um arrepio por sua espinha, e ela se virou para encará-lo. Olhos cinza-aço roubaram seu fôlego e enfraqueceram seus joelhos. Ele lhe disse o seu nome. Uma palavra, mas foi o suficiente.

Sorrindo, ela respondeu:

— É um prazer conhecê-lo, Lawson. — Outra curvatura no lábio superior dele lhe disse que o sentimento era mútuo.

Saindo da sala e fechando a porta, Liv despencou no chão do corredor. Que Deus a ajudasse, estava ofegante. Exultante, triunfante, tonta. Estava em êxtase. Outra vitória para o Time da Liv

Animada para contar a Jim sobre seu pequeno milagre, ela se dirigiu à sala de descanso, onde disse que o encontraria. Certamente haveria vários funcionários almoçando, o que significava que ela não estaria sozinha com ele. Ela não estava com humor para flertar ou lhe dar esperanças, e, com certeza, não estava com humor para seus avanços indesejados. Com sorte, a informação dela agradaria Jim, e ele concordaria que ela deveria continuar vendo Lawson.

E logo após seu encontro com Jim, havia um velho amigo que ela precisava ver. Ele era a única pessoa que conhecia que tinha conexões influentes, para não mencionar bolsos profundos. Se alguém podia ajudar Lawson, era ele.

Lawson.

Só de pensar no nome dele, sentiu outro arrepio percorrer sua espinha.

Capítulo Cinco

Liv levou seu jipe até a guarita de segurança e parou, apertando o botão da janela enquanto Nick saía da pequena construção de tijolos.

— Ei, Srta. Kimbro. É bom vê-la de novo — cumprimentou ele com um largo sorriso.

Nick era o guarda do dia na casa de Bart e Liv gostava dele. Era um amor de pessoa, lembrando-a do Papai Noel, com seus cabelos brancos e barba bem aparada.

— Ei, você, Papai Nick. Fico feliz em vê-lo também. Já faz algum tempo — respondeu ela, retribuindo o sorriso.

Os olhos dele brilharam e ele piscou. Estava acostumado com o apelido que ela lhe deu e não parecia nem um pouco ofendido.

— Realmente, faz. Bart está ansioso para vê-la, então vá até a casa. Mas certifique-se de se despedir antes de sair — gritou ele, enquanto ela se afastava de sua posição na guarita.

— Irei — gritou ela de sua janela antes de apertar o botão novamente para evitar o calor do verão. Era um dos verões mais quentes já registrados, e a umidade havia subido muito nos últimos tempos. Não havia nada pior do que sair de casa e sentir que precisava tomar outro banho antes de chegar ao veículo.

Quente ou não, ela amava sua cidade. Belas montanhas, mudança de estações, cultura artística vibrante e uma seleção infinita de restaurantes e vida noturna. Ela gostava de caminhadas, ciclismo e passeios de barco, e as três coisas estavam ao seu alcance em sua cidade natal. Se quisesse se vestir bem para uma noite fora ou relaxar com uma cerveja à beira do lago, ela poderia pular em seu jipe e fazer qualquer coisa, em um espaço de tempo de trinta minutos de sua casa.

E, para sorte dela, Bart tinha um barco incrível que sempre estava disponível para ser levado para um cruzeiro. Como Cassie sempre dizia, você não precisa de um barco, precisa de um amigo com um barco. Liv riu enquanto pensava em sua amiga louca, então desceu de seu jipe e caminhou até os degraus da frente da grande mansão.

Sim, Bart tinha se dado muito bem, supôs ela, olhando para a casa de tijolos aparentes. Ela o conhecia desde o ensino fundamental e foram namorados no ensino médio. Seguiram caminhos separados quando foram para a faculdade, mas permaneceram muito próximos. Bart havia sido presidente do clube de debate e orador da turma de formandos, então Liv não se surpreendeu quando ele seguiu carreira política.

O que a chocou, e a muitas outras pessoas, foi a nomeação de Bart como governador de seu Estado. Era o homem mais jovem a ser empossado no cargo, e isso foi divulgado em todos os noticiários do ano anterior.

Olhando em volta para a grande propriedade, Liv não conseguia imaginar como sua vida teria sido se eles tivessem ficado juntos. A esposa de um governador estava muito longe de sua vida de cupons e lojas de descontos. Felizmente, Bart nunca a tratou com condescendência ou agiu de maneira superior. Não era o estilo dele. Ele era pé no chão e muito carinhoso.

Estendendo a mão para bater na intrincada porta de vidro e chumbo, ela se assustou quando ela porta se abriu e Bart a abraçou com força. Ele era vários centímetros mais alto do que seu metro e setenta e cinco, então seus pés deixaram o chão quando ele a puxou para perto.

— Droga, TKO1, onde você esteve no mês passado? Senti falta do seu traseiro — admitiu ele, apertando-a com mais força. Se ele não a soltasse, ela poderia acabar com uma costela quebrada.

— Ei, BS — gritou ela, empurrando o peito dele até ele afrouxar o abraço.

Ele lentamente a colocou no chão, e ela não deixou de notar a rigidez entre as pernas dele quando ela deslizou por sua virilha. Liv não tinha certeza de como agir. Bart era, de longe, o solteiro mais cobiçado da cidade e ela ouvira boatos de que sua cama nunca esfriava. Perto dela, ele era apenas um bom amigo.

Se Bart ainda tinha um fraco por ela, ele nunca mencionou ou tomou uma atitude a respeito. Eram amigos próximos e ela sempre poderia contar com ele, mas terminava aí. Então, mais uma vez, ele era um homem, e o Sr. Feliz entre suas pernas provavelmente não precisava de muito incentivo.

— Não deixe ninguém por aqui ouvi-la me chamar assim. Iria se espalhar como um incêndio — brincou Bart, agarrando a mão de Liv e levando-a para a cozinha.

— Você não precisa ser um Einstein para descobrir. São suas iniciais, seu bobo — provocou ela.

Os apelidos que deram um para o outro começaram no ensino médio. TKO era o dela, porque ele disse que ela era um nocaute total. O de Bart era BS, que, por acaso eram suas iniciais, mas significava “boca suja” porque ela nunca sabia quando ele estava brincando ou sendo sincero. Mais uma vez, grandes qualidades de um político.

— Ha, ha, muito engraçada, espertinha. Está com fome? Pedi a Patricia para fazer um almoço. Espero que possa ficar um pouco. Estou com a agenda livre esta tarde — informou-lhe Bart, quando eles entraram na grande cozinha gourmet.

— Sim, estou morrendo de fome. Posso ficar um pouco. Teria trazido um biquíni se soubesse que você tinha o dia de folga — respondeu ela, enquanto os dois se sentavam em banquinhos ao redor de uma grande bancada no centro da cozinha. De novo, ela não precisava de piscina, apenas de um amigo com piscina.

 

Patricia aproximou-se e colocou duas travessas, uma cheia de carnes e queijos variados, e a outra com biscoitos e um cacho com as maiores uvas que Liv já havia visto. Pareciam ameixas, de tão grandes, e seu estômago roncou ao vê-las.

— Olá, Srta. Olivia. Chá doce, suponho? — perguntou ela, pegando dois copos de um armário próximo.

— Sim, por favor. Parece delicioso, Patricia. Obrigada — respondeu Liv e, em seguida, aceitou um copo alto de chá gelado que a mulher alta e magra lhe deu.

A bebida gelada era exatamente o que ela precisava naquele dia escaldante de verão, e ela tomou um grande gole, aproveitando a sensação gelada. Bart pegou um pequeno quadrado de queijo e um biscoito, e os colocou na boca. Liv interpretou isso como uma deixa e fez o mesmo.

— Nem pensei em nadar. Acho que usei a piscina duas vezes desde que me mudei. Você sabe que pode usá-la a qualquer hora, esteja eu disponível ou não. Mi casa es su casa — proferiu ele, enquanto enfiava uma uva na boca.

Patricia colocou dois pratos na bancada antes de sair da cozinha.

Patricia tinha uma elegância que exigia respeito. Portava o título de chef na casa de Bart, mas poderia facilmente ser a dona da casa, com sua graça e porte. E sua paixão por estilo era impressionante. Cada vez que Liv ia àquela casa, Patricia estava vestida como se fosse a uma festa chique. A escolha daquele dia havia sido um terninho verde esmeralda com uma blusa rosa-clara, o que fez seus olhos parecerem ainda mais verdes.

Um aroma delicioso chamou a atenção de Liv, e ela olhou para os dois pratos. Salmão grelhado em cima de uma salada mista de verduras era o prato principal. O cheiro era divino. Liv adorava visitar Bart porque tudo ali era o que havia de melhor. Não poupar despesas parecia ser a regra de ouro na mansão do governador. Empurrando o prato de queijos para mais perto de Bart, ela pegou seu prato de peixe e os talheres.

— Vou me lembrar disso. Não se surpreenda quando você sair e vir Cassie e eu bebendo cerveja barata e tocando música country para todos os seus vizinhos ouvirem — provocou ela, dando uma mordida em seu peixe.

— Ei, contanto que vocês duas estejam usando trajes de banho sexy, podem fazer o que quiserem. Este lugar precisa de um pouco de ação. Tenho estado tão ocupado ultimamente, que esqueci o que é diversão — confessou ele, e Liv podia ver que ele foi sincero em cada palavra que disse, mesmo que a conversa fosse leve e divertida. Ela não havia considerado o estresse e a pressão do trabalho dele.

— Não é isso que ouço, Sr. Playboy — brincou ela, dando uma piscadela.

— O quê? Eu, playboy? Acho que está lendo aqueles jornais de fofoca de novo. Não tenho tempo para isso — repetiu ele, com uma expressão zombeteira de choque.

Sim, ele estava brincando com ela. Os tabloides acertaram, tanto quanto ela podia perceber. Bart era lindo de morrer. Cabelo loiro, curto e arrepiado, com olhos castanhos escuros fazendo contraste com a pele bronzeada. Ele parecia um californiano nativo em vez de um político arrogante.

— Bem, teremos que remediar essa vida monótona que você leva. Assim que você estiver disponível, vamos planejar uma festa na piscina. Você fornece a comida e as bebidas, e eu fornecerei as mulheres lindas. Espero que tenha alguns amigos elegíveis no Capitólio — professou ela.

Rindo, ele respondeu:

— Temos um acordo. Tenho certeza de que posso reunir algumas vítimas dispostas. De qualquer forma, sem querer mudar de assunto, mas você parecia bastante perturbada ao telefone quando ligou. O que está acontecendo? — perguntou, curioso.

Por onde começar aquela história? Ela não sabia o quanto deveria lhe contar. Afinal, ele era o governador e ela não queria colocá-lo em uma situação comprometedora, contando-lhe sobre o assassinato que testemunhou. Considerando seu dilema, ela precisaria selecionar as palavras com cuidado.

— O que sabe sobre shifters? — perguntou ela.

Bart inclinou a cabeça.

— Não muito, realmente. Eles tendem a permanecer com sua própria espécie. Não estão envolvidos politicamente; então, não me aventuro em suas comunidades. Existe um tabu em torno deles, e os especialistas dizem que eles são violentos e causam a maior parte de nossos crimes. Por que pergunta?

— Bem, o LPP está fazendo pesquisas nas análises de sangue deles. Jim acredita que a capacidade aprimorada que eles têm de se curar pode ser a chave para a cura do câncer — revelou ela, mordendo o lábio inferior enquanto observava a reação dele.

— Uau, isso seria incrível! Que grande avanço para sua empresa, se isso for verdade. Então, qual é o problema, Liv? Quando você começa a morder o lábio, é porque está preocupada ou nervosa. Desembuche. — Ele abaixou a cabeça de forma que ela teria que fazer contato visual. Os olhos castanhos e calorosos dele procuraram os dela e ela pôde ver a preocupação e o cuidado neles.

Soltando um suspiro que não percebeu que estava segurando, ela continuou:

— O problema é que temos um shifter no laboratório. Ele está sendo mantido contra sua vontade. Jim afirma que é porque o homem é uma fera selvagem e que está protegendo seus funcionários, mas não tenho tanta certeza. Algo em meu íntimo está me dizendo que é muito mais grave do que isso — declarou ela, colocando o garfo no prato. De repente, seu apetite sumiu e ela se sentiu enjoada.

Bart se recostou na parte de trás da banqueta e cruzou uma perna sobre o joelho, considerando as palavras dela. Depois de alguns momentos, ele falou, com expressão séria:

— Essa é uma acusação muito forte. Você tem alguma prova de que Jim não está dizendo a verdade, porque eu vou lhe contar uma coisa… Jim Jensen é altamente considerado na comunidade. Maldição, em todo o Estado, por falar nisso.

— Eu sei, eu sei. Jim também é um desgraçado que trairia sua esposa com qualquer mulher que tirasse a calcinha, então não saia dizendo como ele é considerado. Estou lhe dizendo, Bart. Não tenho provas concretas, mas eu vi este shifter ser espancado. Ele está acorrentado a uma parede, pelo amor de Deus. Não há nada que você possa fazer? — implorou ela.

O coração dela acelerou, fervendo o sangue, enquanto pensava em Lawson e na maneira como ele foi tratado. Estava tão furiosa, que aquilo chegava a assustá-la. Era ilegal e desumano, e depois de se sentar com ele, percebia que não podia simplesmente cruzar os braços e não fazer nada.

— Uau, desacelere um segundo. Não posso começar a lançar acusações sem provas sólidas. Você tem que saber que poderia haver sérias repercussões para mim e meu trabalho, se eu estiver errado. Devo lembrá-la que o relacionamento entre eles e nós não é o melhor? Não confiamos nos shifters e eles não confiam em nós. Simples assim. Nós coexistimos e isso é tudo — explicou ele e Liv sentiu que a chance de salvar Lawson escorregava por entre seus dedos.

— Mas e quanto a ele estar acorrentado e ser espancado? Não pode ser legal — retrucou ela, cruzando os braços sobre o peito. Bart deveria estar do lado dela, não do de Jim, e isso a irritava.

Ele estendeu as mãos e descruzou os braços dela, pegando suas mãos nas dele.

— Concordo, isso soa horrível. Ninguém deve ser tratado dessa forma. Mas escute-me. Se houver uma pequena possibilidade de que Jim descobriu algo sobre o sangue de shifters, você tem que saber que ele não vai parar até que obtenha as respostas. É certo prender alguém contra sua vontade? Não. Mas e se a chave para a cura do câncer estiver aí? Não valeria a pena? — perguntou ele, esfregando levemente os polegares no topo das mãos dela.

Bart sabia que a avó dela havia falecido de câncer. Também sabia como ela era apaixonada sobre encontrar uma cura. Talvez ele tivesse razão.

— Sim, suponho — murmurou Liv, então balançou a cabeça. — Não, não à custa das vidas deles. Esse é o meu problema com toda essa bagunça. Qual é o custo real da cura? Jim me designou para o caso e estarei trabalhando junto com Lawson. Saberei se eles o maltratarem novamente — comunicou ela.

Suas palavras refletiam o trem da culpa que estava estacionado na estação e se recusava a partir. Então, ela se sentia responsável pelo que estava acontecendo com Lawson, e odiava isso com cada fibra de seu ser.

— Você está mordendo o lábio de novo. Tem certeza de que está bem? — questionou Bart, apertando as mãos dela com força.

— Sim, estou bem. Obrigada pela atenção. Estou feliz por ter vindo procurá-lo — admitiu ela.

Bart era o seu ouvinte e protetor. Havia sido seu ombro, onde pôde chorar na faculdade, quando pegou o namorado de dois anos a traindo. Bart saiu furioso do apartamento dela e rastreou Joe, espancando-o por magoá-la.

Ele era seu irmão mais velho quando se tratava de defender sua honra e era ela quem lhe dizia as verdades, quer ele quisesse ou não. Eram bons um para o outro e ela valorizava a amizade dele.

— Vou lhe dizer uma coisa. Tenho algumas conexões que são próximas à comunidade shifter. Deixe-me ver se há algum boato sobre sequestros ou espancamentos de humanos contra eles. Ligarei para você em alguns dias para avisar, se eu souber de alguma coisa, está bem? — perguntou ele, dando um tapinha no joelho dela.

— Oh, isso seria ótimo — respondeu ela, sentindo o alívio a inundar. Ela se inclinou para frente e colocou os braços em volta do pescoço dele, apertando com força. — Você é o melhor amigo que uma garota poderia ter! — gritou ela.

Ele se afastou e olhou profundamente nos olhos dela, compartilhando um momento. Ela pensou que ele poderia beijá-la e entrou em pânico, retirando rapidamente os braços do pescoço de Bart. Ela se recostou na banqueta.

— Este sou eu. Seu melhor amigo — zombou ele, com um sorriso, mas ela percebeu o vislumbre de outra coisa.

Ele ficou magoado por ela ter se afastado?

Eles não eram mais um casal desde muito jovens e ela não se sentia mais dessa maneira em relação a ele. Ele era importante para ela como amigo, e ela nunca arriscaria perder essa amizade por alguma brincadeira rápida na cama.

— Ei, não mude de apelido, BS. Ele se encaixa perfeitamente em você — brincou ela, tentando aliviar o clima.

Uma centelha brilhou nos olhos castanhos dele e ele sorriu, mostrando dentes perfeitos.

— BS, então. Você sempre será minha TKO — disse ele, beijando-a levemente na testa.

Olhando para o relógio, Liv percebeu que precisava ir.

— Oh, tenho que sair correndo. Obrigada pelo almoço. Estou falando sério sobre aquela festa na piscina. E ligue-me se ouvir alguma coisa sobre o LPP — disse ela, enquanto se levantava para sair.

Bart a acompanhou até a porta da frente e ela o abraçou, despedindo-se.

Pensando no trabalho, Liv saltou para dentro de seu jipe. Pulou, de verdade. Por que estava tão contente em relação ao trabalho?

E, por alguma razão estranha, estava pensando no que vestiria no dia seguinte. O que estava acontecendo com ela? Certamente não tinha nada a ver com o fato de que veria Lawson no dia seguinte.

Bem, talvez só um pouco.

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