Buch lesen: «Fora Do Comum»
Table of Contents
Books by Naomi Bellina
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Book Description
Dedicatória
Reconhecimento de marcas registradas
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
More exciting books!
Sobre a autora
Totally Bound Publishing books by Naomi Bellina
The Adventures of Star Lite
As Aventuras de Star Lite
FORA DO COMUM
NAOMI BELLINA
Fora do comum
ISBN # 978-1-80250-024-0
©Copyright Naomi Bellina 2012
Cover Art by Posh Gosh ©Copyright October 2012
Tradução: Manuel Buenayre 2021
Interior text design by Claire Siemaszkiewicz
Totally Bound Publishing
e não devem ser confundidos com fatos. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou falecidas, é mera coincidência.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida em qualquer forma material, seja por impressão, fotocópia, digitalização ou de outra forma, sem a permissão por escrito da editora, Totally Bound Publishing.
As solicitações devem ser enviadas por escrito à Totally Bound Publishing. Atos não autorizados ou restritos em relação a esta publicação podem resultar em processos cíveis e/ou criminais.
O autor e o ilustrador reivindicaram seus respectivos direitos sob o Copyright Designs and Patents Acts 1988 (conforme emendado) para serem identificados como o autor deste livro e ilustrador da obra de arte.
Publicado em 2012 por Totally Bound Publishing, United Kingdom.
No part of this book may be reproduced, scanned, or distributed in any printed or electronic form without permission. Please do not participate in or encourage piracy of copyrighted materials in violation of the authors’ rights. Purchase only authorised copies.
Totally Bound Publishing is an imprint of Totally Entwined Group Limited.
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Livro um da série
As aventuras de Star Lite
Perigo, magia, luxúria e amor se unem neste conto de Star Lite, uma mulher incomum com um talento extraordinário para a magia e o amor.
Após um fiasco devastador no dia do casamento, a ainda solteira Star Lite deseja paz e tranquilidade para cuidar de seu coração partido. Em vez das férias de verão monótonas que planejou, ela é transportada para um planeta estranho com habitantes ainda mais diferentes e um homem irritante, mas sexy, chamado Adam, que afirma ser um mágico. Star percebe o perigo neste lugar, e suas suspeitas são confirmadas quando os dois humanos testemunham uma bizarra demonstração de poder de um rei louco. Eles formam um vínculo difícil e superam suas diferenças enquanto procuram uma maneira de escapar e tentar convencer dois duendes sensuais, que tentam proteger seu governante. Quando o rei toma uma decisão tola, o perigo ameaça todo o planeta. Sendo alguém que não desiste sem lutar, Star relutantemente concorda com um experimento sexual, descobre seus poderes mágicos inexplorados e abre seu coração para a possibilidade do amor.
Dedicatória
Este livro é dedicado a todos aqueles que acreditam no poder da magia
Reconhecimento de marcas registradas
O autor reconhece o status de marca registrada e dos proprietários das seguintes marcas mencionadas nesta obra de ficção:
Discovery Channel: Discovery Communications, Inc.
Sherlock: Sir Arthur Conan Doyle/Conan Doyle Estate Ltd.
Capítulo Um
Soltando um suspiro de alívio, Star fechou a gaveta de sua escrivaninha. Outro ano terminado na escola, e tinha demorado muito para acabar. Este ano pareceu se arrastar mais do que o anterior, e o anterior tinha rastejado mais devagar do que o anterior. Star não gostava dessa tendência. A vida continuaria assim até que, em um setembro ela acordaria gritando, recusando-se a sair da cama? Este ano, ela tinha um bom motivo para estar deprimida, mas mesmo sem aquela agonia adicional, a alegria de ensinar estava desaparecendo lentamente.
Ela ainda gostava de seus alunos e adorava fazer a diferença em suas vidas, mas a cada ano essa tarefa se tornava mais difícil. Havia menos dinheiro no orçamento para gastar com os suprimentos necessários e mais exigência de tempo dos professores para o trabalho administrativo. Cada criança estava recebendo menos atenção individual, e as provas padronizadas estavam mudando a maneira como os professores ensinavam – e não para melhor – em sua humilde opinião.
Todos os anos ela refletia sobre seu futuro, e este parecia especialmente desolador. Ela não sabia em que série iria ensinar no próximo ano, se é que iria. Rumores de demissões se espalhavam de forma rápida e furiosa. Pegando sua bolsa e a caixa contendo suas coisas da mesa, Star deu uma última olhada ao redor e caminhou até a porta. Estava na metade da sala quando a porta se abriu.
Um homem de aparência estranha estava parado no corredor. Ele era alto, magro e pálido, e sua camisa e calças pendiam em seu corpo como roupas em um varal. Sua pele era de um branco puro, quase transparente. Star tentou reconhecer se era algum pai, mas não conseguiu. Ela abriu a bolsa, instintivamente pegando o spray de pimenta. Havia outras pessoas no prédio e nenhum motivo para suspeitar de algum perigo, mas era melhor prevenir do que remediar. O estranho entrou na sala de aula.
– Srta. Lite? – ele perguntou com uma voz surpreendentemente profunda.
Star esperava que mais de um sussurro seco viesse de sua estrutura esquelética.
– Sim, sou eu, em que posso ser útil?
– Posso falar com você por um momento? Sobre o meu filho.
Uau, que droga. Star queria muito dizer não e ir para casa. Ela estava convencida de que este homem não era o pai de nenhum de seus alunos atuais, e se o filho dele fosse estudar com ela no próximo semestre, preferia esperar para começar as conversas entre pais e professores.
– Tenho outro compromisso – mentiu. – Isso poderia ser resolvido por e-mail?
– Não vai demorar nada. Podemos sentar?
Colocando sua caixa no chão com um baque, Star se sentou em uma carteira de estudante e gesticulou para que o homem fizesse o mesmo. Não foram feitas para adultos – certamente não para alguém da altura dele – e ela esperava que o desconforto encurtasse a conversa.
– Sou o pai do Curtis Smith – disse ele, oferecendo uma grande mão para ela apertar. – Ele estava na sua classe no ano passado. Falava muito bem de você.
– E como está o Curtis? – perguntou Star, tentando se lembrar de um aluno com esse nome.
– Ele está bem. Está com a mãe agora. Eu o vi recentemente e ele me pediu para lhe dar isso. – O homem pegou uma pequena caixa coberta com glitter. – Curtis disse que você o ajudou muito com os estudos e ele nunca agradeceu devidamente. Ele queria que recebesse isso como um símbolo de seu agradecimento. – O homem se levantou. – Obrigado pelo seu tempo, Srta. Lite.
Ele deu um sorriso pálido e saiu da sala.
Star ficou sentada por um momento, sem ter certeza do que tinha acontecido. Lembrou que o homem não tinha dado seu nome, apenas o do filho. Curtis Smith não era estranho, mas não conseguia lembrar do rosto dele. Não deve ter sido um encrenqueiro ou um aluno excepcional. Tantos estudantes passaram por suas aulas que ela tinha dificuldade de se lembrar de todos, por mais que tentasse.
Pegando sua caixa mais uma vez, Star se dirigiu para a porta, aliviada pelo encontro ter sido breve. Estranho, mas breve. Ela procuraria Curtis Smith quando voltasse para casa, mas agora sair deste prédio antes que alguém a abordasse era a prioridade.
* * * *
Quando chegou em casa, Star jogou sua bolsa na mesa da cozinha e colocou a caixa com suas coisas da sala de aula em um canto. A bagunça provavelmente ficaria lá durante todo o verão, e ela pegaria apressadamente o que precisasse só quando a próxima sessão escolar começasse. Por enquanto, reinaria a liberdade abençoada.
Abrindo a geladeira, ficou desapontada – mas não surpresa – ao ver que as prateleiras estavam totalmente vazias. É hora de fazer umas compras. Star vasculhou sua bolsa e uma gaveta da cozinha antes de procurar por um cigarro em seu quarto e na sala de estar. Se não podia comer, pelo menos poderia fumar, embora tecnicamente tivesse parado. Sem comida, sem cigarros. Seria muito cedo para uma bebida? Ah-ha – tesouro! Um cigarro esquecido em um maço escondido.
O toque estridente do telefone quebrou o silêncio. Ela verificou o identificador de chamadas e gemeu. Sua prima Betty. Sabia exatamente o que significava essa ligação e ficou tentada a ignorá-la, mas Betty persistiria até ser atendida. É melhor acabar logo com isso.
– Alô? – Star murmurou ao telefone, equilibrando-o no ombro. Ela largou o cigarro e o isqueiro, não querendo desperdiçar aquele pedaço de prazer com esta ligação.
– Alô, é a Star? – a voz do outro lado perguntou.
Quem mais atenderia o telefone em minha casa, e você não reconhece minha voz depois de todos esses anos? Só uma vez, Star quis dar uma resposta mal-humorada para a Betty, mas seria desperdiçar o sarcasmo em sua doce e inocente prima.
– Sim, Betty, é a Star. O que conta? – ela perguntou, esperando ir direto ao assunto.
– Você já está de férias, não é? Está animada pelo verão de folga?
– Sim, estou muito animada. Estou resolvendo umas coisas agora. Você queria algo?
– Oh, só quero ter certeza de que está se preparando para nossa festa de quatro de julho. Precisamos começar a planejar logo.
– Betty, é primeiro de junho. Precisamos realmente pensar em julho tão cedo?
– Claro! Há muito a fazer. Então, o que você vai fazer? As decorações? As sobremesas? Ou talvez a bandeja de bebidas. Puxa, estou ficando animada só de pensar nisso!
Star estava com vontade de vomitar só de pensar nisso, mas ela se forçou a respirar fundo e expirar lentamente. Betty tinha um bom coração, não conseguia evitar que seu cérebro se acelerasse às vezes.
– Que tal se seu te ligar de volta em uma semana? Tenho que desempacotar minhas coisas da escola e fazer algumas tarefas.
– Oh, querida, você ainda está triste? Você parece triste. Puxa, eu também ficaria depois do que aquele homem desagradável fez com você. Você é um partidão, foi ele que perdeu, você sabe.
– Não estou triste, estou bem – disse ela, sem querer pensar no ex-noivo e naquele dia horrível. – Ele já ficou no passado. Você está certa, foi ele quem perdeu, já é passado.
– É assim que se fala! Não perca nem mais um minuto pensando nele. Descanse, faça essas tarefas e me ligue. Mas não demore muito. Temos muitos preparativos a fazer!
Star disse adeus e desligou. Ela tentou sentir um pouco de indignação com Betty. Que maldita por arrastá-la para trabalhar em uma festa que ela nem queria comparecer, e maldita seja por lhe dar mais uma coisa com que se preocupar. Star tinha muitos projetos para fazer neste verão, muitas coisas para fazer.
Mas a indignação não apareceu. Ela não sentia praticamente nada, a mesma coisa que sentia pelo passado... quanto tempo tinha se passado desde O Evento, há quase um ano? Não sentia alegria, nem raiva, tristeza, apenas um grande e gordo sentimento de blá todos os dias. Tudo começava quando ela acordava, continuava durante o dia e a noite, quando tinha aqueles pensamentos fugazes que dançavam em sua cabeça antes de ser tomada pelo sono. Até mesmo seus sonhos eram enfadonhos e sem brilho.
E a verdade era que ela não tinha nada para fazer neste verão, nenhum plano, nada. Na maioria dos anos, tinha algo planejado, uma aula para dar ou frequentar, projetos para fazer no quintal ou em casa – alguma tarefa que lhe dava um bom motivo para sair da cama todas as manhãs. Não este ano. De alguma forma, ela tinha deixado o verão se aproximar sem fazer nenhum plano.
Star sabia que sua mentalidade atual não era um bom lugar para se estar. Ela tinha ouvido as palavras “clinicamente deprimida” sussurradas na sala dos professores e sabia que poderia ser o caso, mas não tinha desenvolvido desejo suficiente para investigar o problema. Continuou prometendo marcar uma consulta médica, mas nunca marcou. A ideia de tomar pílulas não era muito atraente, e ela suspeitava que um remédio era tudo que conseguiria de um médico.
O que ela realmente precisava era de uma pausa em sua rotina diária. Talvez encontre algo totalmente diferente para fazer neste verão, algo fora do comum. Algo que lhe daria o tranco que precisava para querer se juntar de novo com a raça humana. No momento, só queria fumar o último cigarro antes de parar novamente, deitar na cama e cobrir a cabeça com as cobertas pelo resto do dia.
Star pegou sua bolsa para encontrar um isqueiro e deixou cair a caixa que o homem estranho tinha dado. Depois de acender o cigarro, desfrutar da primeira tragada e soltar a fumaça, ela pegou a caixa e a revirou nas mãos.
Agora ela se lembrava de Curtis. Um menino quieto, ficou com ela por apenas um mês, então sua família mudou. O que se lembrava era que o menino era estranho. Ele se parecia muito com o pai, magro e pálido, e não falava muito. Sentava-se sozinho para almoçar e se encostava na parede de tijolos da escola vendo as outras crianças brincarem no recreio, nunca participando. Ela se sentia mal por ele porque as outras crianças o ignoravam, mas ele não parecia se importar, então o deixava em paz. Descobriu que algumas crianças preferiam ficar sozinhas.
Mas acabou tendo que repreendê-lo gentilmente. Na sala de aula, ele a observava muito, seguindo cada movimento, mesmo quando deveria estar fazendo uma tarefa. Um dia ela o chamou de lado e perguntou se havia algo errado.
Ele sorriu – um sorriso assustador – e balançou a cabeça. Ela pediu que ele parasse de olhar fixamente e disse que era considerado rude observar uma pessoa tão atentamente. Ele só disse, “Sim, senhora” e esse foi o fim da conversa. Ele parou de observá-la tanto, e mudou-se logo depois. Ela não tinha mais pensado nele.
Por que daria um presente para ela? Ela realmente tinha ajudado? Com o quê? Star abriu lentamente a tampa e saltou ao ouvir um trovão. Uma explosão de luz girou ao seu redor, sentiu-se levantada da cadeira e puxada.
Capítulo Dois
Star piscou e girou a cabeça, atordoada. O que tinha acontecido? Como ela passou de estar sentada à mesa da cozinha a esparramada no chão no que parecia ser um quintal? Não reconhecia este lugar. Estava cheio de árvores, plantas e flores, mas a folhagem não era familiar. Várias fontes borbulhavam e alguns pássaros piavam – tirando isso, estava silencioso. Enquanto lutava para se levantar, um homem apareceu, andando rapidamente por um caminho pavimentado com pedras.
– Certamente não foi uma aterrissagem muito elegante. Espero que não esteja danificada. Céus, o que tem sua mão? Você está pegando fogo!
O estranho a agarrou e puxou para uma fonte próxima, depois enfiou a mão dela na água.
– Não estou pegando fogo, seu idiota, era um cigarro, e o meu último. Onde merda estou e o que está acontecendo?
– Não há realmente nenhum motivo para gritar e xingar assim. Não é muito elegante. Se você vier comigo, eu explico.
Star observou o homem de perto. Havia algo errado. Ele era alto e esguio, tinha olhos amendoados e cabelos que tocavam seus ombros. Suas pernas e braços pareciam um pouco mais longos do que deveriam. As orelhas dele! Era isso que estava realmente errado. Elas eram pontudas. Quando olhou mais de perto, percebeu que a cor da pele dele era estranha. Tinha um bronzeado ruim ou era roxo. Star cruzou os braços e ergueu o queixo.
– Não vou a lugar nenhum com você até que me diga quem é e o que está acontecendo. – Embora tivesse tentado parecer corajosa, seu coração batia forte e suas palmas estavam suando
– Devo insistir que venha comigo agora. Oh, onde está Vesta? Ela é que deveria cuidar das mulheres.
– Estou indo, estou indo – gritou uma voz, e uma mulher veio correndo por outro caminho. – Sinto muito, Roven, fiquei presa.
A mulher se parecia muito com o homem, orelhas pontudas e tudo. A pele deles não era realmente roxa, mas de uma cor de malva muito clara, realçando o verde de seus olhos. Ambos usavam calças e camisas largas, mas a mulher tinha cabelo curto e rosa. Star piscou e balançou a cabeça. Algo devia estar errado com seus olhos, ela decidiu. Essas pessoas pareciam ser duendes roxos!
De repente, um trovão encheu o ar e um homem apareceu no mesmo local onde Star acabara de chegar. Ele também caiu de quatro.
– O que é isso? Não deveríamos receber duas entregas ao mesmo tempo. E por que o pouso desses humanos está sendo tão difícil? Eles vão ficar danificados. Que os céus e a deusa nos protejam – exclamou Roven.
O recém-chegado levantou-se de um salto e se virou para ela.
– O que está acontecendo? – Parecia estar como Star imaginava que ela mesma estava, chocado, confuso e com raiva. Ele também, no entanto, parecia inteiramente humano e bastante atraente, o que deu a Star um pouco de conforto.
O duende foi até ele e agarrou seu braço.
– Se vier comigo…
– Não vou a lugar nenhum com você, e tire suas mãos de mim antes que dê um soco em você.
– Guardas! – Roven gritou.
Vesta segurou o braço de Star, mas ela afastou a mão da mulher.
– Senhora, talvez eu dê um soco em você também. Me deixe em paz.
Vários duendes apareceram carregando lanças. Cercaram o homem e puxaram seus braços para trás, em seguida, o levaram embora.
– Por favor, não me faça chamar mais soldados. Estamos com poucos e Sua Majestade ficará muito chateada se pegarmos os guardas do palácio. Venha tranquila comigo – a duende implorou.
Star avaliou rapidamente a situação e decidiu que a resistência não era a melhor escolha. Eles tinham armas, ela não.
– Aonde está me levando? Pode me dizer o que está acontecendo?
– Mais tarde. Preciso levá-la ao seu quarto e prepará-la para o banquete desta noite. Sua Majestade insiste que todos os recém-chegados sejam pontuais e estejam devidamente vestidos.
A duende conduziu Star por outro caminho de pedra, passando por um enorme arco e entraram em uma enorme sala aberta. Star olhou ao redor maravilhada, sentindo que estavam no meio de um programa do Discovery Channel passeando por um antigo palácio. Móveis grandes e ornamentados enchiam o espaço e as paredes de pedra eram decoradas com quadros brilhantes. A mulher caminhava rápido demais para Star ter a chance de ver as obras de arte de perto, mas não reconheceu nenhum dos quadros.
Elas subiram uma escada em caracol e chegaram a um quarto que continha uma cama, uma penteadeira, um sofá e algumas outras peças de mobília que não combinavam. Não havia janelas, Star notou, para seu desânimo. Ela sentiu a claustrofobia se aproximando.
– Aqui está um vestido para você usar. Há uma jarra em sua mesa de cabeceira com água que é segura de beber. Há uma banheira ali – a água ainda deve estar quente. Vou ajudá-la a se despir e a se banhar.
– Não preciso de ajuda para me despir e certamente não preciso de ajuda para tomar banho – Star disse a ela, cruzando os braços ao redor de seu corpo. Ela golpearia esta mulher se tentasse tirar sua roupa. Star não ficava nua na frente de qualquer pessoa.
– Precisamos nos apressar... Sua Majestade ficará brava se chegarmos atrasadas.
– Sim, eu entendi, ele não gosta de atrasos. Se não quer me dizer onde estou, pelo menos me fale sobre este banquete, por que tenho que tomar banho e quem é esta Majestade. Você me arranca de minha casa e espera que eu siga suas ordens sem me dar qualquer informação. O que acontecerá se não obedecer? Vai me machucar?
– Por favor, apenas faça o que estou pedindo. Teremos uma refeição adorável e depois poderemos conversar, eu prometo. Não queremos machucá-la. Agora, deixe-me ajudá-la.
– Acho que consigo tomar banho e me vestir sozinha. De verdade.
– Certo, vou deixá-la sozinha. Não tente ir embora, haverá um guarda do lado de fora da sua porta.
– E para onde merda eu iria?
A mulher estremeceu.
– Vocês, humanos, falam muitos palavrões. Não é muito elegante. Voltarei para buscá-la logo. Esteja pronta.
Elegante o cacete. Espere até eu ficar bem brava, vou mostrar a vocês o que é elegância. Star sabia que sua linguagem tendia a ficar pesada quando estava com medo e com raiva, e agora ela sentia as duas coisas.
Deu uma rápida olhada ao redor da sala, mas não demorou muito. Tinha certeza de que a estranha mulher voltaria logo e a levaria para “Sua Majestade”, mesmo se não estivesse pronta ainda. A duende estava apressada e estressada, isso era evidente, e Star notou um brilho de medo em seus olhos.
Respirando fundo algumas vezes, ela se acalmou. Essa coisa toda ou era uma alucinação ou um sonho, e em qualquer cenário não havia razão para pânico porque ela iria parar de ver as coisas ou acordar em breve.
A horrível noção de que havia sido abduzida espreitava no fundo de sua mente, mas ela ignorou o pensamento para não sucumbir ao pânico total. Por que alguém a sequestraria? E vamos falar a verdade, fantasias de duendes? Não, tudo isso era produto de sua imaginação hiperativa, ou talvez um daqueles flashbacks de drogas do passado sobre os quais tinha sido advertida quando era adolescente.
Rondando pelo quarto, descobriu um pequeno armário e o que parecia ser um penico escondido atrás de uma cortina. Aliviada, Star aproveitou a estranha engenhoca e então cheirou a água do jarro sobre a mesa. Cheirava bem, e um pequeno gole tinha um gosto bom, então tomou um copo. Tirou suas roupas, molhou o dedão do pé para testar a água e entrou na banheira. Usando a esponja que encontrou, rapidamente se esfregou e tinha acabado de se secar e colocar o vestido quando a duende entrou.
– Ótimo, uma combinação perfeita. Você está apresentável. Sente-se aqui, vou arrumar o seu cabelo – disse Vesta, apontando para a penteadeira.
Star se moveu hesitante no vestido. Ela raramente usava saias longas e temia tropeçar com este vestido. Essa roupa, no entanto, era feita de um material leve e arejado. O tecido se movia com ela e, depois de algumas voltas e giros, ela não se preocupou em tropeçar. Provavelmente posso até correr com isto, se for preciso.
Vesta franziu a testa e bateu o pé.
– Venha, sente-se, não temos tempo para essas bobagens.
Star se sentou.
– Por favor, conte o que está acontecendo. Tenho cooperado, não tenho? – ela perguntou com sua voz mais doce, a que usava para bajular crianças teimosas e pais zangados.
– A conversa terá que esperar até mais tarde. Agora, precisamos prepará-la e jantar na hora certa. Céus, seu cabelo está uma bagunça. Quando foi a última vez que você o cortou?
A mulher trabalhava com rapidez e eficiência, e Star ficou maravilhada com o penteado elaborado que produziu em apenas alguns minutos. Star não fazia muito mais do que lavar o cabelo levemente ondulado à noite, depois molhar e prender com uma presilha pela manhã. Ela conseguia cortar em algum lugar sem hora marcada quando necessário, e pensando bem, o último havia acontecido há muito tempo. Ela não tinha feito muito em termos de manutenção pessoal desde O Evento.
– Pelo menos me diga seu nome. É Vesta, certo? Vou te dizer o meu, é Star.
– Eu sei o seu nome – disse a mulher. Ela gesticulou para que Star se virasse e começou a maquiá-la rapidamente. Depois de um tempo, ela cedeu. – Sim, meu nome é Vesta. Mas você só deve falar comigo se necessário.
Como se eu quisesse ter uma conversa longa e aconchegante com sua bunda ranzinza. Obviamente, a mulher não queria conversar, mas Star, acostumada a arrancar informações de alunos da quarta série, começou a trabalhar.
– Vesta, onde estou e quem é você? Vamos, você pode me contar. Vou descobrir em breve de qualquer maneira, certo? Aquele duende... quero dizer, aquele homem lá no pátio, disse que explicaria. Gostaria muito de saber. Estou morrendo medo. – As lágrimas que se formaram nos olhos de Star eram genuínas: ela estava com medo.
– Oh, não chore, você vai estragar sua maquiagem. Muito bem. Você está em Porrima e nós somos duendes. E isso é tudo que posso dizer por enquanto.
Star ponderou essa informação. Será que sua mente estressada, tomada pela cafeína e deprimida poderia ter inventado algo tão bizarro? Ela realmente tinha ido ao médico, conseguido uma receita e tomado alguns comprimidos da felicidade a mais? Isso não poderia estar acontecendo de jeito nenhum, mas ela decidiu manter a calma e seguir o roteiro.
– Certo, Vesta, se estou em um planeta diferente, como posso entender você e vice-versa? Explique isso. E como posso respirar o ar aqui e beber a água?
Vesta suspirou.
– Temos um programa de tradução que modifica o que falamos. É muito técnico, então não me peça para explicar – não é minha área. Estamos em um ambiente controlado – os técnicos criaram uma mistura de ar adequada para todos que chegam aqui. Também criamos uma fórmula de água que combina com o que você está acostumada. Não fale mais, preciso fazer seus lábios.
Assim que Vesta ficou satisfeita com o cabelo de Star, as mulheres saíram pela porta, descendo a escada em caracol e indo para o pátio. Vesta olhou ao redor, em seguida soltou um suspiro pesado.
– Onde está o Roven? Atrasado como sempre. Espere aqui. – Vesta saiu correndo por um dos caminhos.
Star examinou o pátio mais de perto. Flores e plantas cresciam por toda parte e um aroma cítrico encheu suas narinas. As fontes borbulhavam, criando um som agradável e melódico. Bancos alinhavam-se no perímetro do grande espaço aberto e caminhos de pedra conduziam à densa folhagem nas bordas. O jardim seria um ambiente bastante tranquilo, não fosse pelos guardas com lanças pontiagudas posicionados por perto. Olhando para cima, Star observou um céu vermelho pálido com dois objetos brilhantes posicionados no firmamento. Ela prendeu a respiração e sentiu o coração parar. Céus, poderia realmente estar em outro planeta? Não era possível.
Vozes chamaram sua atenção para um dos caminhos e ela viu o homem sendo conduzido por guardas, novamente com suas armas em punho. Eles o trouxeram para o lado dela e partiram sem dizer uma palavra.
– Oi de novo. Você está bem? Por que suas mãos estão amarradas? – Star perguntou, aliviada por ver este estranho. Quem quer que fosse, parecia relativamente calmo, e agora que ela podia vê-lo mais de perto, definitivamente humano e muito gato.
– Estou bem, acho. Não sei o que está acontecendo. Eu estava me comportando, vestindo esta túnica e meia-calça idiotas, quando um guarda veio ao meu quarto e amarrou minhas mãos.
– Talvez eu possa desfazer os nós. Aproxime-se um pouco mais e vire as costas para mim. Não acho que os guardas vão notar se não nos movermos muito.
– Obrigado, mas eu acho que estou quase me soltando. Fique bloqueando a visão das minhas costas. A propósito, meu nome é Adam Henderson. E quem é você?
– Star. Star Lite. – Ela deu um leve sorriso para a risada que ouviu. – Meus pais eram... criativos.
– Imagino. Certo, tudo bem. – Adam balançou as mãos, agarrou as dela e deu um leve apertão. – Alguma ideia do que está acontecendo?
A força e o calor das mãos de Adam eram extremamente reconfortantes, e Star queria segurá-las com força e não soltá-las. Embora só estivesse com ele por alguns minutos, havia algo sobre este homem que a atraía. Um formigamento desceu por sua espinha e o calor se espalhou por seu corpo – especialmente entre as pernas, ela percebeu com surpresa. O que era aquilo? Sua calcinha umedeceu e ela percebeu que estava respirando com dificuldade e se apoiando nele, quase esfregando as costas nas dele. Afastou-se meio passo e balançou a cabeça, controlando sua libido.
– Não tenho ideia. Acabei de ser jogada aqui, assim como você. Como se livrou da corda?
– Fazia um pouco de mágica quando era jovem, então sei como lidar com nós.
Uma imagem surgiu na mente dela, Adam e cordas. Ela afastou aquela imagem, novamente se perguntando se estava sofrendo de alguma alucinação induzida por drogas. Tinha acabado de conhecer este homem e seu desejo sexual havia crescido em alta velocidade. Ela precisava se concentrar no que estava acontecendo ao seu redor, não prestar atenção ao calor que vinha de Adam.
Antes que pudessem conversar mais, Vesta e Roven vieram correndo pelo caminho. Roven agarrou o braço de Adam e a corda caiu no chão. Star deu um passo para trás, certa de que Roven ficaria bravo, mas para sua surpresa, ele apenas sorriu.
– Muito bom. Vejo que temos o humano certo. Agora, vocês dois, vamos rápido.
Com Vesta ao lado dela e Roven ao lado de Adam, eles marcharam.
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