Kostenlos

Realismo de Machado de Assis (Clássicos da literatura mundial)

Text
0
Kritiken
Als gelesen kennzeichnen
Schriftart:Kleiner AaGrößer Aa

157

Fase brilhante

— Sublime és tu, bradei eu, lançando-lhe os braços ao pescoço.

Com effeito, era impossivel crer que um homem tão profundo pudesse chegar á demencia; e foi o que lhe disse após o meu abraço, denunciando-lhe a suspeita do alienista. Não posso descrever a impressão que lhe fez a denuncia; lembra-me que elle estremeceu e ficou muito pallido.

Foi por esse tempo que eu me reconciliei outra vez com o Cotrim, sem chegar a saber a causa do dissentimento. Reconciliação opportuna, porque a solidão pesava-me, como um remorso, e a vida era para mim a peor das fadigas, que é a fadiga sem trabalho. Pouco depois fui convidado por elle a filiar-me n'uma Ordem Terceira; o que eu não fiz sem consultar o Quincas Borba:

— Vae se queres, disse-me este, mas temporariamente. Eu trato de annexar á minha philosophia uma parte dogmatica e liturgica. O Humanitismo ha de ser tambem uma religião, a do futuro, a unica verdadeira. O christianismo é bom para as mulheres e os mendigos, e as outras religiões não valem mais do que essa: orçam todas pela mesma vulgaridade ou fraqueza. O paraiso christão é um digno emulo do paraiso mussulmano; e quanto ao nirvana de Buddha não passa de uma concepção de paralyticos. Verás o que é a religião humanistica. A absorpção final, a phase contractiva, é a reconstituição da substancia, não o seu anniquilamento, etc. Vae aonde te chamam; não esqueças, porém, que és o meu califa.

E vede agora a minha, modestia; filiei-me na Ordem Terceira de ***, exerci alli alguns cargos, foi essa a phase mais brilhante da minha vida. Não obstante, calo-me, não digo nada, não conto os meus serviços, o que fiz aos pobres e aos enfermos, nem as recompensas que recebi, nada, não digo absolutamente nada.

Talvez a economia social pudesse ganhar alguma cousa, si eu mostrasse como todo e qualquer premio estranho vale pouco ao lado do premio subjectivo e immediato; mas seria romper o silencio que jurei guardar neste ponto. Demais, os phenomenos da consciencia são de difficil analyse; por outro lado, se contasse um, teria de contar todos os que a elle se prendessem, e acabava fazendo um capitulo de psychologia. Affirmo sómente que foi a phase mais brilhante da minha vida. Os quadros eram tristes; tinham a monotonia da desgraça, que é tão aborrecida como a do do gozo, e talvez peor. Mas a alegria que se dá á alma dos doentes e dos pobres, é recompensa de algum valor; e não me digam que é negativa, por só recebel-a o obsequiado. Não; eu recebia-a de um modo reflexo, e ainda assim grande, tão grande que me dava excellente idéa de mim mesmo.

158

Dois encontros

No fim de alguns annos, tres ou quatro, estava enfarado do officio, e deixei-o, não sem um donativo importante, que me deu direito ao retrato na sacristia. Não acabarei, porém, o capitulo sem dizer que vi morrer no hospital da Ordem, adivinhem quem?... a linda Marcella; e vi-a morrer no mesmo dia em que, visitando um cortiço, para distribuir esmolas, achei... Agora é que não são capazes de adivinhar... achei a flôr da moita, Eugenia, a filha de D. Eusebia e do Villaça, tão coxa como a deixara, e ainda mais triste.

Esta, ao reconhecer-me, ficou pallida, e baixou os olhos; mas foi obra de um instante. Ergueu logo a cabeça, e fitou-me com muita dignidade. Comprehendi que não receberia esmolas da minha algibeira, e estendi-lhe a mão, como faria á esposa de um capitalista. Cortejou-me e fechou-se no cubiculo. Nunca mais a vi; não soube nada da vida della, nem se a mãe era morta, nem que desastre a trouxera a tamanha miseria. Sei que continuava coxa e triste. Foi com esta impressão profunda que cheguei ao hospital, onde Marcella entrara na vespera, e onde a vi expirar meia hora depois, feia, magra, decrepita...

159

A semi-demencia

Comprehendi que estava velho, e precisava de uma força; mas o Quincas Borba partira seis mezes antes para Minas Geraes, e levou comsigo a melhor das philosophias. Voltou quatro mezes depois, e entrou-me em casa, certa manhã, quasi no estado em que eu o vira no Passeio Publico. A differença é que o olhar era outro. Vinha demente. Contou-me que, para o fim de aperfeiçoar o Humanitismo, queimára o manuscripto todo e ia recomeçal-o. A parte dogmatica ficava completa, embora não escripta; era a verdadeira religião do futuro.

— Juras por Humanitas? perguntou-me.

— Sabes que sim.

A voz mal podia sair-me do peito; e aliás não tinha descoberto toda a cruel verdade. O Quincas Borba não só estava louco, mas sabia que estava louco, e esse resto de consciencia, como uma frouxa lamparina no meio das trevas, complicava muito o horror da situação. Sabia-o, e não se irritava contra o mal; ao contrario, dizia-me que era ainda uma prova de Humanitas, que assim brincava comsigo mesmo. Recitava-me longos capitulos do livro, e antiphonas, e litanias espirituaes; chegou até a reproduzir uma dansa sacra que inventara para as ceremonias do Humanitismo. A graça lugubre com que elle levantava e sacudia as pernas era singularmente fantastica. Outras vezes amuava-se a um canto, com os olhos fitos no ar, uns olhos em que, de longe em longe, fulgurava um raio persistente da razão, triste como uma lagrima...

Morreu pouco tempo depois, em minha casa, jurando e repetindo sempre que a dor era uma illusão, e que Pangloss, o calumniado Pangloss, não era tão tolo como o suppoz Voltaire.

160

Das negativas

Entre a morte do Quincas Borba e a minha, mediaram os successos narrados na primeira parte do livro. O principal delles foi a invenção do emplasto Braz Cubas, que morreu commigo, por causa da molestia que apanhei. Divino emplasto, tu me darias o primeiro logar entre os homens, acima da sciencia e da riqueza, porque eras a genuina e directa inspiração do ceu. O acaso determinou o contrario; e ahi vos ficaes eternamente hypocondriacos.

Este ultimo capitulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais: não padeci a morte de D. Placida, nem a semi-demencia do Quincas Borba. Sommadas umas cousas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve mingua nem sobra, e conseguintemente que sai quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mysterio, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capitulo de negativas: — Não tive filhos, não transmitti a nenhuma creatura o legado da nossa miseria.

FIM

Quincas Borba

Índice

Prólogo da 3ª edição

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Capítulo 17

Capítulo 18

Capítulo 19

Capítulo 20

Capítulo 21

Capítulo 22

Capítulo 23

Capítulo 24

Capítulo 25

Capítulo 26

Capítulo 27

Capítulo 28

Capítulo 29

Capítulo 30

 

Capítulo 31

Capítulo 32

Capítulo 33

Capítulo 34

Capítulo 35

Capítulo 36

Capítulo 37

Capítulo 38

Capítulo 39

Capítulo 40

Capítulo 41

Capítulo 42

Capítulo 43

Capítulo 44

Capítulo 45

Capítulo 46

Capítulo 47

Capítulo 48

Capítulo 49

Capítulo 50

Capítulo 51

Capítulo 52

Capítulo 53

Capítulo 54

Capítulo 55

Capítulo 56

Capítulo 57

Capítulo 58

Capítulo 59

Capítulo 60

Capítulo 61

Capítulo 62

Capítulo 63

Capítulo 64

Capítulo 65

Capítulo 66

Capítulo 67

Capítulo 68

Capítulo 69

Capítulo 70

Capítulo 71

Capítulo 72

Capítulo 73

Capítulo 74

Capítulo 75

Capítulo 76

Capítulo 77

Capítulo 78

Capítulo 79

Capítulo 80

Capítulo 81

Capítulo 82

Capítulo 83

Capítulo 84

Capítulo 85

Capítulo 86

Capítulo 87

Capítulo 88

Capítulo 89

Capítulo 90

Capítulo 91

Capítulo 92

Capítulo 93

Capítulo 94

Capítulo 95

Capítulo 96

Capítulo 97

Capítulo 98

Capítulo 99

Capítulo 100

Capítulo 101

Capítulo 102

Capítulo 103

Capítulo 104

Capítulo 105

Capítulo 106

Capítulo 107

Capítulo 108

Capítulo 109

Capítulo 110

Capítulo 111

Capítulo 112

Capítulo 113

Capítulo 114

Capítulo 115

Capítulo 116

Capítulo 117

Capítulo 118

Capítulo 119

Capítulo 120

Capítulo 121

Capítulo 122

Capítulo 123

Capítulo 124

Capítulo 125

Capítulo 126

Capítulo 127

Capítulo 128

Capítulo 129

Capítulo 130

Capítulo 131

Capítulo 132

Capítulo 133

Capítulo 134

Capítulo 135

Capítulo 136

Capítulo 137

Capítulo 138

Capítulo 139

Capítulo 140

Capítulo 141

Capítulo 142

Capítulo 143

Capítulo 144

Capítulo 145

Capítulo 146

Capítulo 147

Capítulo 148

Capítulo 149

Capítulo 150

Capítulo 151

Capítulo 152

Capítulo 153

Capítulo 154

Capítulo 155

Capítulo 156

Capítulo 157

Capítulo 158

Capítulo 159

Capítulo 160

Capítulo 161

Capítulo 162

Capítulo 163

Capítulo 164

Capítulo 165

Capítulo 166

Capítulo 167

Capítulo 168

Capítulo 169

Capítulo 170

Capítulo 171

Capítulo 172

Capítulo 173

Capítulo 174

Capítulo 175

Capítulo 176

 

Capítulo 177

Capítulo 178

Capítulo 179

Capítulo 180

Capítulo 181

Capítulo 182

Capítulo 183

Capítulo 184

Capítulo 185

Capítulo 186

Capítulo 187

Capítulo 188

Capítulo 189

Capítulo 190

Capítulo 191

Capítulo 192

Capítulo 193

Capítulo 194

Capítulo 195

Capítulo 196

Capítulo 197

Capítulo 198

Capítulo 199

Capítulo 200

Capítulo 201

Prólogo da 3ª edição

A segunda edição deste livro acabou mais depressa que a primeira. Aqui sai ele em terceira, sem outra alteração além da emenda de alguns erros tipográficos, tais e tão poucos que, ainda conservados, não encobririam o sentido.

Um amigo e confrade ilustre tem teimado comigo para que dê a este livro o seguimento de outro. “Com as Memórias Póstumas de Brás Cubas, donde este proveio, fará você uma trilogia, e a Sofia de Quincas Borba ocupará exclusivamente a terceira parte.” Algum tempo cuidei que podia ser, mas relendo agora estas páginas concluo que não. A Sofia está aqui toda. Continuá-la seria repeti-la, e acaso repetir o mesmo seria pecado. Creio que foi assim que me tacharam este e alguns outros dos livros que vim compondo pelo tempo fora no silêncio da minha vida. Vozes houve, generosas e fortes, que então me defenderam; já lhes agradeci em particular; agora o faço cordial e publicamente.

1899.

MACHADO DE ASSIS.

M. de A.

1

Rubião fitava a enseada, — eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade.

— Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma desgraça...

2

Que abismo que há entre o espírito e o coração! O espírito do ex-professor, vexado daquele pensamento, arrepiou caminho, buscou outro assunto, uma canoa que ia passando; o coração, porém, deixou-se estar a bater de alegria. Que lhe importa a canoa nem o canoeiro, que os olhos de Rubião acompanham, arregalados? Ele, coração, vai dizendo que, uma vez que a mana Piedade tinha de morrer, foi bom que não casasse; podia vir um filho ou uma filha... — Bonita canoa! — Antes assim! — Como obedece bem aos remos do homem! — O certo é que eles estão no Céu!

3

Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que aqui está na sala, um Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja, — primor de argentaria, execução fina e acabada. O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como um pedaço da província, nem o pôde deixar na cozinha, onde reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços.

— Quincas Borba está muito impaciente? perguntou Rubião bebendo o último gole de café, e lançando um último olhar à bandeja.

— Me parece que sí.

— Lá vou soltá-lo.

Não foi; deixou-se ficar, algum tempo, a olhar para os móveis. Vendo as pequenas gravuras inglesas, que pendiam da parede por cima dos dois bronzes, Rubião pensou na bela Sofia, mulher do Palha, deu alguns passos, e foi sentar-se no pouf, ao centro da sala, olhando para longe...

— Foi ela que me recomendou aqueles dois quadrinhos, quando andávamos, os três, a ver coisas para comprar. Estava tão bonita! Mas o que eu mais gosto dela são os ombros, que vi no baile do coronel. Que ombros! Parecem de cera; tão lisos, tão brancos! Os braços também; oh! os braços! Que bem feitos!

Rubião suspirou, cruzou as pernas, e bateu com as borlas do chambre sobre os joelhos. Sentia que não era inteiramente feliz; mas sentia também que não estava longe a felicidade completa. Recompunha de cabeça uns modos, uns olhos, uns requebros sem explicação, a não ser esta, que ela o amava, e que o amava muito. Não era velho; ia fazer quarenta e um anos; e, rigorosamente, parecia menos. Esta observação foi acompanhada de um gesto; passou a mão pelo queixo, barbeado todos os dias, coisa que não fazia dantes, por economia e desnecessidade. Um simples professor! Usava suíças, (mais tarde deixou crescer a barba toda), — tão macias, que dava gosto passar os dedos por elas... E recordava assim o primeiro encontro, na estação de Vassouras, onde Sofia e o marido entraram no trem da estrada de ferro, no mesmo carro em que ele descia de Minas; foi ali que achou aquele par de olhos viçosos, que pareciam repetir a exortação do profeta: Todos vós que tendes sede, vinde às águas. Não trazia idéias adequadas ao convite, é verdade; vinha com a herança na cabeça, o testamento, o inventário, coisas que é preciso explicar primeiro, a fim de entender o presente e o futuro. Deixemos Rubião na sala de Botafogo, batendo com as borlas do chambre nos joelhos, e cuidando na bela Sofia. Vem comigo, leitor; vamos vê-lo, meses antes, à cabeceira do Quincas Borba.

4

Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler as Memórias Póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado, e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora em Barbacena. Logo que chegou, enamorou-se de uma viúva, senhora de condição mediana e parcos meios de vida; mas, tão acanhada, que os suspiros no namorado ficavam sem eco. Chamava-se Maria da Piedade. Um irmão dela, que é o presente Rubião, fez todo o possível para casá-los. Piedade resistiu, um pleuris a levou.

Foi esse trechozinho de romance que ligou os dois homens. Saberia Rubião que o nosso Quincas Borba trazia aquele grãozinho de sandice, que um médico supôs achar-lhe? Seguramente, não; tinha-o por homem esquisito. É, todavia, certo que o grãozinho não se despegou do cérebro de Quincas Borba, — nem antes, nem depois da moléstia que lentamente o comeu. Quincas Borba tivera ali alguns parentes, mortos já agora em 1867; o último foi o tio que o deixou por herdeiro de seus bens. Rubião ficou sendo o único amigo do filósofo. Regia então uma escola de meninos, que fechou para tratar do enfermo. Antes de professor, metera ombros a algumas empresas, que foram a pique.

Durou o cargo de enfermeiro mais de cinco meses, perto de seis. Era real o desvelo de Rubião, paciente, risonho, múltiplo, ouvindo as ordens do médico, dando os remédios às horas marcadas, saindo a passeio com o doente, sem esquecer nada, nem o serviço da casa, nem a leitura dos jornais, logo que chegava a mala da Corte ou a de Ouro Preto.

— Tu és bom, Rubião, suspirava Quincas Borba.

— Grande façanha! Como se você fosse mau!

A opinião ostensiva do médico era que a doença do Quincas Borba iria saindo devagar. Um dia, o nosso Rubião, acompanhando o médico até à porta da rua, perguntou-lhe qual era o verdadeiro estado do amigo. Ouviu que estava perdido, completamente perdido; mas, que o fosse animando. Para que tornar-lhe a morte mais aflitiva pela certeza?...

— Lá isso, não, atalhou Rubião; para ele, morrer é negócio fácil. Nunca leu um livro que ele escreveu, há anos, não sei que negócio de filosofia...

— Não; mas filosofia é uma coisa, e morrer de verdade é outra; adeus.