O Preço da Liberdade

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Aus der Reihe: Um Thriller de Luke Stone #2
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“Vamos levá-lo?”

“Não. Estamos aqui para apanhar os riscados. Estes são empolgantes, mas os robalos riscados são maiores e também são mais saborosos.”

Libertaram o peixe – Gunner viu o pai a remover o anzol da anchova combativa com os dedos a pouca distância dos seus dentes ávidos. O pai largou o peixe de lado e com uma rápida chicotada da cauda, rumou às profundezas.

Mal o peixe desapareceu, o telefone do pai começou a tocar. O pai sorriu e olhou para o telefone. Depois pô-lo de parte. Não parava de tocar. Algum tempo depois, parou. Dez segundos depois, já tocava novamente.

“Não vais atender?” Perguntou Gunner.

O pai abanou a cabeça. “Não. Aliás, até vou desligar o telefone.”

Gunner foi invadido por uma fria sensação de medo no estômago. “Tens que atender pai. E se for uma emergência? E se os maus da fita estão outra vez em ação?”

O pai olhou para Gunner por um momento interminável. O telefone parou de tocar. E recomeçou novamente. Luke atendeu.

“Stone,” Disse.

Fez uma pausa e o seu rosto ficou sombrio. “Olá Richard. Sim, o chefe de pessoal de Susan. Claro. Já tinha ouvido falar de si. Bem, ouça. Sabe que eu não estou disponível, certo? Ainda nem sequer decidi se ainda faço parte da Special Response Team ou como raio se chama agora. Sim, compreendo mas há sempre alguma emergência. Nunca ninguém me liga para casa e me diz que não é urgente. Ok… ok. Se a Presidente quer uma reunião pode telefonar-me pessoalmente. Ela sabe onde me contatar. Ok? Obrigado.”

Quando o pai desligou, Gunner ficou a observá-lo. Não parecia estar divertido e descontraído como há um minuto atrás. Gunner sabia que se a Presidente tinha ligado, o mais certo era o pai ter de fazer as malas rapidamente e partir para algum lado. Outra missão, talvez mais homens maus para matar. E deixaria Gunner e a mãe outra vez sozinhos.

“Pai, a Presidente vai ligar-te?”

O pai despenteou-lhe o cabelo com uma carícia. “Monstro, espero bem que não. E agora, que me dizes? Vamos lá pescar uns robalos riscados.”

*

Horas mais tarde, a Presidente ainda não tinha ligado.

Luke e Gunner tinham pescado três belos robalos riscados, e Luke mostrou ao filho como esventrar, limpar e arranjar o peixe. Já o tinha mostrado anteriormente, mas era através da repetição que se aprendia. Becca juntou-se a eles levando uma garrafa de vinho para o pátio e colocando um prato com queijo e crackers na mesa exterior.

Luke estava a começar a acender o lume quando o telefone tocou.

Olhou para a família. Ficaram estáticos ao primeiro toque. Ele e Becca olharam-se. Já não conseguia ler o seu olhar. Mas o que quer que aquele olhar significasse, não era com toda a certeza aprovação solidária. Atendeu o telefone.

“Agente Stone?” Questionou uma voz grave de homem.

“Sim.”

“Aguarde um momento em linha pela Presidente dos Estados Unidos.”

Permaneceu em pé como que entorpecido a ouvir o vazio.

O telefone emitiu um ruído e ela falou. “Luke?”

“Susan.”

Lembrou-se da sua imagem a liderar e a encorajar todo o país e grande parte do mundo ao cantar “Deus Abençoe a América.” Fora um momento maravilhoso, mas não passara disso, de um momento. E era aquele tipo de coisa que os políticos sabiam fazer muito bem. Era algo que fazia parte da cartilha da classe política.

“Luke, estamos com uma crise em mãos.”

“Susan, temos sempre uma crise em mãos.”

“Neste momento, estou enterrada em merda.”

Lindo. Não ouvia aquela há uns tempos.

“Vamos ter uma reunião. Aqui em casa. Preciso de si aqui.”

“Quando é a reunião?”

Ela nem hesitou. “Daqui a uma hora.”

“Susan, contando com o trânsito, estou a duas horas de caminho. Isto num dia bom. Neste momento, metade das estradas ainda estão encerradas.”

“Não tem que se preocupar com o trânsito. Já vai um helicóptero a caminho. Está aí daqui a catorze minutos."

Luke olhou novamente para a família. Becca servira-se de um copo de vinho e estava sentada de costas para ele, a contemplar o sol de final de tarde que se afundava na água. Gunner olhava para o peixe no assador.

“Ok,” Assentiu Luke.

CAPÍTULO SEIS

18:45

Observatório Naval dos Estados Unidos – Washington, D.C.

“Agente Stone, sou Richard Monk, o chefe de pessoal da Presidente. Falámos ao telefone.”

Luke aterrara no heliporto do Observatório Naval há cinco minutos. Apertou a mão de um homem alto, em forma, provavelmente da sua idade. O homem envergava uma camisa azul com as mangas enroladas. A gravata pendia torta. Tinha um tronco musculado, tal como os homens que surgiam nos anúncios da Men’s Health. Exercitava-se com afinco e trabalhava com afinco – era o que o aspeto de Richard Monk transparecia a quem se desse ao trabalho de o interpretar.

Atravessaram o corredor de mármore da Nova Casa Branca em direção às amplas portas duplas no extremo oposto. “Convertemos a nossa antiga sala de conferências numa sala de emergência,” Informou Monk. “É um trabalho em progresso, mas vamos lá chegar.”

“Tem sorte em estar vivo, não tem?” Interrogou Luke.

A máscara de confiança estampada no rosto do homem vacilou apenas por um segundo. Ele anuiu. “A Vice… bem, ela era a Vice-Presidente na altura. A Presidente, eu e uma grande quantidade de funcionários estávamos num comício na Costa Oeste quando o Presidente Hayes solicitou a sua presença no Leste. Foi tudo muito repentino. Eu fiquei em Seattle com algumas pessoas a tratar de alguns assuntos. Quando aconteceu aquilo em Mount Weather…”

Abanou a cabeça. “É demasiado horrível. Mas sim, eu também podia lá ter ficado.”

Luke concordou. Ainda estavam a retirar corpos de Mount Weather vários dias depois do desastre ter ocorrido. Até agora, trezentos. Entre eles encontravam-se o antigo Secretário de Estado, o antigo Secretário da Educação, o antigo Secretário do Interior, o responsável máximo da NASA e dezenas de Representantes e Senadores dos Estados Unidos.

Os bombeiros apenas tinham conseguido extinguir o fogo subterrâneo central no dia anterior.

“Que crise é esta de que Susan me falou?” Perguntou Luke.

Monk apontou para o fundo do corredor. “Bem, a Presidente Hopkins está na sala de conferências com o pessoal de topo. Vou deixar que sejam eles a dizer-lhe o que se passa.”

Ultrapassaram as portas duplas e entraram na sala. Várias pessoas já lá se encontravam sentadas a uma grande mesa oval. Susan Hopkins, Presidente dos Estados Unidos, estava sentada no extremo mais distante da sala. Era uma mulher pequena, quase despretensiosa, rodeada de homens enormes. Dois agentes dos Serviços Secretos estavam em pé, um de cada lado. Três outros estavam em vários cantos da sala.

À cabeceira da mesa estava um homem com aspeto nervoso. Era alto, quase careca, com uma barriga um tanto protuberante, com óculos e um fato que lhe assentava mal. Luke tirou-lhe a pinta em cerca de dois segundos. Este não era um tipo de espaço ou circunstância a que estivesse habituado e parecia estar metido em sarilhos. Parecia um homem sob imensa pressão.

Susan levantou-se. “Antes de começarmos quero apresentar-vos o Agente Luke Stone que integrava a Special Response Team do FBI. Ele salvou a minha vida há alguns dias e foi fundamental na defesa da República tal como a conhecemos. E não estou a exagerar. Penso que nunca conheci um operacional tão dotado, conhecedor e destemido a enfrentar a adversidade. É uma mais-valia para a nossa nação, para as nossas Forças Armadas e para a nossa comunidade de inteligência identificarmos e formarmos homens e mulheres como o Agente Stone.”

Agora todos aplaudiam de pé. Aos olhos de Luke, o aplauso pareceu cínico e formal. Estas pessoas tinham que aplaudir. A Presidente queria que o fizessem. Ele ergueu uma mão, na tentativa de que parassem. A situação era ridícula.

“Olá,” Titubeou quando os aplausos cessaram. “Peço desculpa pelo atraso.”

Luke sentou-se numa cadeira vazia. O homem à sua frente olhou diretamente para ele. E Luke não conseguiu discernir o que viu naquele olhar. Esperança? Talvez. Parecia um quarterback desesperado prestes a fazer um passe Hail Mary na direção de Luke.

“Luke,” Principiou Susan. “Este é o Dr. Wesley Drinan, Diretor do Laboratório Nacional de Galveston no Departamento Médico da Universidade do Texas. Ele está a informar-nos sobre uma possível falha de segurança ocorrida no laboratório de Biossegurança de nível 4.”

“Ah,” Disse Luke. “Muito bem.”

“Agente Stone, conhece os laboratórios de Biossegurança de nível 4?”

“Trate-me por Luke. Estou familiarizado com o termo. Contudo, talvez me possa informar melhor.”

Drinan assentiu. “Claro. Aqui vai a explicação relâmpago. Os laboratórios de Biossegurança de nível 4 são laboratórios com o mais elevado nível de segurança no que concerne ao manuseamento de agentes biológicos. O nível 4 de biossegurança é o nível necessário para trabalhar com vírus e bactérias perigosos e exóticos que implicam um elevado risco de infeções laboratoriais e que podem causar doenças graves ou fatais no ser humano. Tratam-se de doenças para as quais não há vacinas ou outros tratamentos disponíveis. De uma forma geral, refiro-me ao Ébola, ao Marburg e a alguns dos vírus hemorrágicos emergentes que estamos agora a descobrir nas profundezas das selvas Africanas ou Sul Americanas. Por vezes também manuseamos mutações recentes dos vírus da gripe para compreendermos os seus mecanismos de transmissão, taxas de infeção, taxas de mortalidade, e por aí em diante.”

 

“Ok,” Declarou Luke. “Percebo. E algo foi roubado?”

“Não sabemos. Algo desapareceu, mas não sabemos o que lhe aconteceu.”

Luke ficou calado. Limitou-se a anuir com um movimento da cabeça para o homem continuar a falar.

“Tivemos uma falha de energia há duas noites atrás. Só isso já é raro. Mas ainda mais excecional é o facto de os nossos geradores de reserva não se terem acionado de forma imediata. As instalações foram concebidas para que na eventualidade de um corte de energia, ocorra uma transição sem descontinuidade da fonte de energia principal para a fonte de reserva. Isso não sucedeu. Pelo contrário, transitou-se para as reservas de emergência, um estado de baixo consumo que se limita a manter os sistemas principais a funcionar.”

“Que tipo de sistemas não essenciais foram abaixo?” Perguntou Luke.

Drinan encolheu os ombros. “Coisas normais como luzes, computadores, sistemas de vigilância.”

“Câmaras de segurança?”

“Sim.”

“Dentro das instalações?”

“Sim.”

“Estava alguém no seu interior?”

O homem anuiu. “Estavam duas pessoas lá dentro. Uma delas era um segurança chamado Thomas Eder. Trabalha nas instalações há quinze anos. Estava no posto de vigilância e não dentro das instalações de contenção. Falámos com ele, tal como fez a polícia e o Departamento de Investigação do Texas. Tem cooperado.”

“E quem mais?”

“Bem, encontrava-se uma cientista no interior das instalações de contenção. Chama-se Aabha Rushdie e é proveniente da Índia. É uma pessoa maravilhosa e uma cientista exemplar. Estudou em Londres, fez inúmeras formações de biossegurança de nível 4 e tem todas as autorizações de segurança. Está connosco há três anos e trabalhei diretamente com ela em diversas ocasiões.”

“Ok… “ Disse Luke.

“Quando ocorreu a falha de energia, o ar deixou de bombear para o tubo de ar de Aabha por momentos. Esta é uma situação potencialmente perigosa. Também ficou completamente às escuras. Teve medo e parece que Thomas Eder a deixou sair das instalações sem seguir todos os necessários protocolos de segurança.”

Luke sorriu. Esta era fácil de adivinhar. “E depois alguma coisa desapareceu?”

Drinan hesitou. “No dia seguinte, ao efetuar-se um inventário, descobriu-se que um tubo de um vírus Ébola muito específico tinha desaparecido.”

“Alguém já interpelou essa mulher?”

Drinan abanou a cabeça. “Ela também desapareceu. Um rancheiro encontrou ontem o carro dela num terreno isolado, oitenta quilómetros a oeste de Austin. A polícia estatal acredita que quando um carro é assim abandonado é um sinal estranho. Ela não está no apartamento e tentámos entrar em contato com a sua família em Londres, sem sucesso.”

“Ela teria alguma razão para querer roubar o vírus Ébola?”

“Não. Não dá para acreditar. Tenho-me debatido com isto nos últimos dois dias. A Aabha que eu conheço não é alguém que… Nem o consigo pronunciar. Ela não é simplesmente assim. Não percebo o que está a acontecer. Receio que ela tenha sido raptada ou caído nas mãos de criminosos. Nem tenho palavras.”

“Ainda nem chegámos à parte mais complicada,” Interviu abruptamente Susan Hopkins. “Pode falar um pouco sobre o vírus ao Agente Stone, Dr. Drinan?”

O incrédulo homem anuiu. Olhou para Luke.

“O Ébola pode ser usado como arma. É semelhante ao Ébola que se encontra na natureza, como o Ébola que matou dez mil pessoas no surto ocorrido na África Ocidental, mas muito pior. É mais virulento, tem uma ação mais rápida, pode ser transmitido mais facilmente e apresenta uma mais elevada taxa de mortalidade. É uma substância muito perigosa. Precisamos ou de a recuperar, ou de a destruir ou ter a certeza absoluta que já foi destruída.”

Luke virou-se para Susan.

“Queremos que vá até lá,” Afirmou Susan. “Ver o que consegue descobrir.”

Aquelas eram precisamente as palavras que Luke não queria ouvir. Ao telefone, a Presidente tinha-o unicamente convidado para uma reunião. Mas ele estava ali para uma missão.

“Será que é possível,” Ripostou Luke, “falarmos sobre isto em privado?”

*

“Quer alguma coisa?” Perguntou Richard Monk. “Café?”

“Obrigado, aceito uma caneca de café,” Agradeceu Luke.

Não se importava de beber café agora, mas aceitara a oferta sobretudo porque pensou que tal faria com que Monk se retirasse da sala. Errado. Monk limitou-se a pedir o café pelo telefone.

Luke, Monk e Susan encontravam-se na sala de estar do piso superior, próximos dos aposentos da família. Luke sabia que a família de Susan não vivia ali. Quando ela era Vice-Presidente nunca lhe tinha prestado grande atenção, mas tinha ficado com a ideia de que ela e o marido tinham uma relação distante.

Luke sentou-se confortavelmente numa poltrona. “Susan, antes de começarmos quero dizer-lhe uma coisa. Decidi retirar-me com efeitos imediatos. Digo-lhe antes de dizer a qualquer outra pessoa por isso, outra pessoa terá que liderar a SRT.”

Susan permaneceu em silêncio.

“Stone,” Reagiu Monk, “o melhor é saber já. A Special Response Team acabou. O Don Morris esteve envolvido no golpe desde o primeiro momento e, como tal, é parcialmente responsável por uma das maiores atrocidades já sucedidas em solo americano. E ele criou a Special Response Team. Tenho a certeza que compreende que a segurança, e sobretudo a segurança da Presidente, é a nossa prioridade neste momento. Não é apenas a SRT. Estamos a investigar subagências suspeitas no interior da CIA, NSA e o Pentágono, entre outros. Temos que eliminar os conspiradores para que algo de semelhante não volte a acontecer.”

“Compreendo as vossas preocupações,” Consentiu Luke.

E compreendia. O governo estava frágil naquele momento, talvez mais frágil do que nunca. O Congresso estava delapidado e uma ex supermodelo tinha ascendido à cadeira de Presidente. Os Estados Unidos haviam demonstrado ter pés de barro e se ainda houvesse conspiradores à solta, nada os impedia de tentar alcançar o poder novamente.

“Se vai suprimir a SRT de qualquer das formas, então esta é a altura ideal para eu sair.” Quanto mais Luke falava em sair, mais real se lhe tornava essa possibilidade.

Chegara o momento de restabelecer a sua vida familiar. Chegara o momento de recriar aquele lugar idílico na sua cabeça, um lugar onde ele, Becca e Gunner estariam sós, longe das preocupações, um lugar em que mesmo que o pior acontecesse, não teria grande importância.

Raios, talvez quando chegasse a casa perguntasse a Becca se se queria mudar para a Costa Rica. Gunner podia crescer como bilíngue. Podiam viver algures na praia. Becca podia ter um jardim exótico. Luke podia praticar surf algumas vezes por semana. A costa ocidental da Costa Rica tinha algumas das melhores ondas das Américas.

Luke estava perdido nestes pensamentos quando Susan falou pela primeira vez. “É um péssimo momento para se retirar. O timing não podia ser pior. O seu país precisa de si.”

Ele olhou para ela. “Sabe que mais, Susan? Isso não é bem verdade. Pensa dessa forma porque me viu em ação, mas existem milhões de homens como eu. Há homens mais capazes do que eu, mais experientes, mais sensatos. A Susan parece não pensar dessa forma mas há pessoas que me consideram um fracasso.”

“Luke, não me pode deixar nesta situação,” Suplicou Susan. “Estamos na corda bamba, à beira do desastre. Tive que aceitar um papel para o qual… Não estava à espera disto. Não sei em quem confiar. Não sei quem é bom e quem é mau. Estou quase à espera de virar uma esquina e levar com uma bala na cabeça. Preciso dos meus comigo. Pessoas em quem posso confiar totalmente.”

“Eu sou um dos seus?”

Olhou-o diretamente nos olhos. “Salvou a minha vida.”

Richard Monk irrompeu na conversa. “Stone, o que ainda não sabe é que o Ébola é replicável. Isso não foi mencionado na reunião. O Wesley Drinan confidenciou-nos que é possível que pessoas com os equipamentos e conhecimentos adequados possam produzir mais. A última coisa de que precisamos é de um grupo desconhecido de pessoas às voltas com um vírus Ébola pronto a servir de arma, a tentar armazenar reservas.”

Luke olhou novamente para Susan.

“Aceite esta missão,” Pediu Susan. “Descubra o que aconteceu à mulher que desapareceu. Descubra o Ébola desaparecido. Quando regressar, se ainda se quiser retirar, nunca mais lhe peço nada. Iniciámos um percurso juntos há alguns dias. Aceite esta última missão e nunca mais o incomodarei.”

O olhar de Susan sustentou o de Luke até ao fim. Ela era uma política típica em muitos aspetos. Quando tentava chegar a alguém, tocava-o. Era muito difícil dizer-lhe não.

Luke suspirou. “Posso partir de manhã.”

Susan anuiu em concordância. “Já temos um avião à sua espera.”

Os olhos de Luke dilataram-se, surpreendidos. Respirou fundo.

“Ok,” Conseguiu finalmente articular. “Mas antes tenho que reunir algumas pessoas da Special Response Team. Estou a pensar no Ed Newsam, no Mark Swann e na Trudy Wellington. O Newsam está de baixa neste momento, mas tenho a certeza de que se junta à equipa se lhe pedir.”

Susan e Monk entreolharam-se.

“Já entrámos em contato com o Newsam e o Swann,” Replicou Monk. “Ambos concordaram e já estão a caminho do aeroporto. No entanto, lamentamos, mas a Trudy Wellington não poderá integrar a equipa.”

Luke torceu o nariz. “Ela não aceitou?”

Monk fitou um bloco de notas amarelo que segurava nas mãos. Nem se deu ao trabalho de olhar para Luke. “Não sabemos porque não entrámos em contato com ela. Infelizmente, recorrer à Wellington está fora de questão.”

Luke virou-se para Susan.

“Susan?”

Agora Monk ergueu o olhar. Entremeava o olhar entre Luke e Susan. Falou novamente antes de Susan ter a oportunidade de se pronunciar.

“A Wellington não é de confiança. Era amante do Don Morris. Não há hipótese dela integrar esta operação. Ela já nem vai estar ao serviço do FBI daqui a um mês e pode ter que enfrentar uma acusação de traição até lá.”

“Ela disse-me que não sabia de nada,” Atirou Luke.

“E acreditou nela?”

Luke nem se deu ao trabalho de responder àquela pergunta. Não sabia a resposta. “Quero ela,” Limitou-se a dizer.

“Ou?”

“Esta noite, deixei o meu filho a olhar para um robalo riscado no assador, um robalo que pescámos juntos. Posso retirar-me a partir deste preciso momento. Até que gostei ser professor. Estou ansioso para voltar às aulas. E estou ansioso por ver o meu filho a crescer.”

Luke olhou para Monk e Susan. E eles devolveram-lhe o olhar.

“Então?” Perguntou. “Que me dizem?”

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