¿Qué será de ti? / Como vai você?

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Aus der Reihe: Poesia #76
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¿Qué será de ti? / Como vai você?
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Primera edición: abril, 2015

© de la selección, traducción y nota introductoria:

Luis Aguilar, 2015

© de los poemas: sus autores

© Vaso Roto Ediciones, 2015

ESPAÑA

C/ Alcalá 85, 7° izda.

28009 Madrid

MÉXICO

Apartado Postal 443, Col. Del Valle

San Pedro Garza García, N. L., 66220

vasoroto@vasoroto.com

www.vasoroto.com

Grabado de cubierta: Víctor Ramírez

Queda rigurosamente prohibida, sin la autorización de los titulares del copyright, bajo las sanciones establecidas por las leyes, la reproducción total o parcial de esta obra por cualquier medio o procedimiento.

Impreso en España

Imprenta: Kadmos

ISBN: 978-84-16193-15-8

eISBN 978-84-12329-36-0

Depósito Legal: M-21158-2014

BIC: DCQ

¿Qué será de ti?

Poesía joven de Brasil

Edición bilingüe

Selección y traducción de Luis Aguilar


Índice

Nota introdutória

Nota introductoria

ANA ELISA RIBEIRO

Antiguidade d’onde viemos

Antigüedad de procedencia

Salvando o relacionamento

Salvando la relación

Renascença

Renacimiento

Cantiga do amor fodido

Canción del amor jodido

Penélope nervosa

Penélope nerviosa

ANA RÜSCHE

A canção do limpa-vidros

La canción del limpiapeceras

O grande plugue

El gran enchufe

A ceramista

La ceramista

As conhecidas

Las conocidas

Dias com luz. pouca

Días con luz. poca

ANDREA CATRÓPA

III. No fundo do corredor negro, habilidosa ela exibe suas adagas

III. Al fondo del corredor negro, habilidosa, ella exhibe sus dagas

Frida

Frida

Inca

Inca

Outra morada

Otra morada

Musa

Musa

ANITA COSTA MALUFE

Poemas

Poemas

(2)

(2)

Fundos para dias de chuva

Fondos para días de lluvia

Fragmento

Fragmento

(…)

(…)

BRUNA BEBER

verbo irregular

verbo irregular

(trident) melancia

(trident) sandía

saison en enfer

saison en enfer

barragem

presa

Rio de Janeth

Rio de Janeth

DIRCEU VILA

Dinheiro para a poesia, boas dicas

Dinero para la poesía: buenos consejos

Coisas que se quebram

Cosas que se quiebran

façam suas apostas

hagan sus apuestas

Anestesia

Anestesia

Responda rápido

Piensa rápido

ELISA ANDRADE BUZZO

Ônibus entalado

Ómnibus atascado

Se lá no sol

Si allá en el sol

Mulatinho classe A

Mulatito clase A

América

América

a umidade da noite

la humedad de la noche

EDUARDO STERZI

A barca

La barca

Prosa de um domingo

Prosa de domingo

 

Língua de anjos

Lengua de ángeles

Alto-relevo

Altorrelieve

Letes

Río del olvido

FABIANO CALIXTO

Da cidade

De la ciudad

Uma paisagem de São Paulo

Postal de Sao Paulo

Ruído úmido

Ruido húmedo

E-mail para Paul McCartney

E-mail para Paul McCartney

FÁBIO ARISTIMUNHO VARGAS

Poema extraído de uma resenha no jornal

Poema extraído de una reseña del periódico

21.11.2042

21.11.2042

02.05.2027

02.05.2027

Os andaimes

Los andamios

Pequenas inconfidências

Pequeñas indiscreciones

FABRICIO CARPINEJAR

[Eu fui uma mulher marítima]

[Yo fui una mujer marítima]

Décima elegia

Décima elegía

[Não te compreender]

[No comprenderte]

[Metade do que sou inventei na infância]

[La mitad de lo que soy lo imaginé en la infancia]

[Meu medo se interessa por qualquer ruído]

[Mi miedo se interesa por cualquier ruido]

FABRICIO CORSALETTI

Poesia e realidade

Poesía y realidad

Lígia e os idiotas

Ligia y los idiotas

O que eu quero de você

Lo que quiero de ti

História das demolições

Historia de las demoliciones

ap.

ap.

LEONARDO GANDOLFI

– Quem são estes?

¿Quiénes son estos?

Pedro e o logro

Pedro y la trampa

Todas as minhas coisas são tuas

Todas mis cosas son tuyas

Canção

Canción

Atrasados

Atrasados

MARCELLO SORRENTINO

Shih

Shih

Uma raiz se enlaça a meu dedo

Una raíz se enlaza a mi dedo

Disco discontent

Disco descontento

Vento: modo de usar (ou 6 coisas sobre o vento)

Viento: modo de usar (ó 6 cosas sobre el viento)

Impromptu canábico

Impromptu canábico

MÁRCIO-ANDRÉ

[o desfibrilador é antes uma relíquia verbal]

[el desfibrilador es más una reliquia verbal]

Joia

Joya

[de todo o jardimescolho]

[de todo el jardínescojo]

[lua-lâmina-omoplata]

[luna-lámina-omóplata]

[é preciso ser confidente do ar]

[es necesario ser confidente del aire]

MARIANA IANELLI

Flor de ofício

Flor de oficio

Treva alvorada

Oscura alborada

Visita

Visita

Leitura das cartas

Lectura de cartas

Fazer silêncio

Hacer silencio

MARÍLIA GARCIA

Svetlana

Svetlana

O que fazem A e B quando chegam a cidades destruídas

Lo que hacen A y B cuando llegan a ciudades destruidas

Um sinal

Una señal

Uma mulher que se afoga

Una mujer que se ahoga

Plano b

Plan b

MATIAS MARIANI

Você lê

Tú lees

[A palavra impossível é uma possibilidade]

[La palabra imposible es una posibilidad]

Zoo

Zoo

[abaixo]

[por debajo]

No supermercado

En el supermercado

PÁDUA FERNANDES

As mandíbulas

Las mandíbulas

Coda para cicatriz e dentes

Coda para cicatriz y dientes

Ventre seco dos calendarios

Vientre seco de los calendarios

 

Duplo mineral

Duplo mineral

Eloquência da decapitação

Elocuencia de la decapitación

PAULO FERRAZ

Dois momentos com café

Dos momentos con café

A poética vista num armário

Poética vista en un armario

Natureza morta com flores

Naturaleza muerta con flores

Díptico para Mario Rui Feliciani

Díptico para Mario Rui Feliciani

Alba

Alba

PRISCA AGUSTONI

[Não foi involuntária]

[No fue involuntaria]

Traição

Traición

Dorme

Duerme

[há na tua presencia]

[hay en tu presencia]

[felizes, nos desnudaremos]

[felices, nos desnudaremos]

RENAN NUERNBERGER

Sem título

Sin título

Contemplação do Nome

Contemplación del nombre

Canção do exílio

Canción del exilio

Gullariana

Gullariana

E-mail p/ Fabiano Calixto

E-mail p/ Fabiano Calixto

RICARDO RIZZO

Onde a dor não tem razão

Donde el dolor no tiene razón

Clair de Lune

Claro de luna

Vila Suicídio

Villa Suicidio

Conversando com artistas de rua

Conversando con artistas de la calle

Alpinismo

Alpinismo

SERGIO COHN

Mnemo

Mnemo

aproximações, encantamentos: a noite

aproximaciones, encantamientos: la noche

Passeio

Paseo

Nomadismo habitar

Nomadismo habitar

A voz violenta

La voz violenta

TARSO DE MELO

Objetos (2)

Objetos (2)

Ossos de Borboleta

Huesos de mariposa

Visita

Visita

Nenhum canto 1

Ningún canto 1

Ready-made

Ready-made

THIAGO PONCE DE MORAES

Caligrafia

Caligrafía

1,618,033,9

1,618,033,9

Arco-íris

Arcoíris

Ígneo

Ígneo

Amarelo (claro)

Amarillo (claro)

Autores

¿QUÉ SERÁ DE TI?

Nota introdutória

A presente antologia da poesia jovem do Brasil recolhe textos representativos de 26 poetas e procura apresentar ao leitor um reflexo do concerto polifônico que, ao seu modo, é a poesia do gigante sul-americano.

Selecionar poetas para uma antologia é sempre um problema e, ainda mais, se o olhar investigador pretende tomar distância do cânone. Pensar na tradição poética de Brasil parece simples quando se leva em conta as obras de Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles ou, mais recentemente, dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos; de Ferreira Gullar, Adélia Prado ou Lêdo Ivo.

Mas pensar uma antologia fora do cânone, na qual a aposta não é a estabilidade, mas sim o risco; não o passado, mas sim o futuro, resulta duplamente complicado; sobretudo porque com frequência não se assentam com clareza as condicionantes que determinam as inclusões.

No caso particular de Como vai você? — e para que o leitor se assegure dessa transparência — é necessário ressaltar que a seleção dos autores partiu de três eixos principais: a idade, considerando jovens até o momento do início do projeto a todos os poetas com menos de 40 anos; ter recebido ao menos um reconhecimento público; e ter em seu curriculum, pelo menos, dois livros publicados com ISBN e, por razão óbvia, que não se tratasse de edições de autor. Nesse contexto, o universo se reduziu, mas mesmo assim não o suficiente; pois à geografia enorme do Brasil se soma sua geografia literária, tão vasta quanto extensa.

É bom ressaltar, também, que por ponderações do organizador desta mostra não foram incluídas algumas vozes da poesia brasileira mesmo que bastante conhecidas, por nos parecer que estão mais vinculadas ao teatro — a poesia performática —, que à literatura em si, essa que conjuga beleza e idéia, alheia a referências da encenação ou do ato performático, da música e do canto, em forma de protesto ou espetáculo.

O resultado da pesquisa é esta mostra; uma mostra que, diferentemente das antologias tradicionais, optou por incluir cinco poemas de cada autor, com o fim específico de que o leitor não parta de um único texto — ou dois, no melhor dos casos — para se inteirar acerca de um poeta.

Como em todos os processos de seleção — por sua natureza —, no produto final não estão todos os que são, mas sim são todos os que estão, pois, para além dessa obviedade, é impossível que qualquer crítico sério possa negar que as 26 vozes aqui reunidas marcarão o porvir imediato da poesia brasileira.

Donos de uma voz própria, clara e potente, cada um dos poetas de Como vai você? ocupa neste livro o lugar na história literária do Brasil que lhes cabe.

Por seu próprio merecimento, estes poetas se incrustam no universo literário que Vaso Roto Ediciones põe agora nas mãos do mundo de fala hispânica e portuguesa para demonstrar que, para além de um concretismo esgotado e de um modernismo preocupado com sua evolução, presenciamos a chegada de novas vozes e outros movimentos que, sem dúvida, desenvolverão e estabelecerão novos paradigmas no firmamento da poética brasileira.

LUIS AGUILAR

(Trad. PAULO FERRAZ)

Nota introductoria

La presente antología de la poesía joven de Brasil recoge piezas significativas de veintiséis poetas y busca presentar al lector un reflejo del concierto polifónico que, de suyo, es la poesía del gigante de Sudamérica.

Seleccionar a los poetas para una antología es siempre una complicación, y más aún si el ojo revisor pretende tomar distancia del canon. Pensar en la tradición poética de Brasil resulta sencillo a la hora de considerar a Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecilia Meireles o, más acá, a los hermanos Augusto y Haroldo de Campos; a Guimarães Rosa, Ferreira Gullar, Adélia Prado o Lêdo Ivo.

Pero pensar una antología fuera del canon, donde la apuesta no es la estabilidad sino el riesgo, no el pasado sino el futuro, resulta doblemente complicado; sobre todo porque con frecuencia no se asientan con claridad las condicionantes que determinan las inclusiones.

En el caso particular de ¿Qué será de ti? –y para que el lector acceda a esa transparencia–, es necesario acotar que la selección de los autores partió de tres ejes principales: la edad, considerando jóvenes hasta el momento del arranque del proyecto a todos los poetas menores de cuarenta años; el haber obtenido al menos un reconocimiento público; y tener en su haber, cuando menos, dos libros publicados con ISBN; y, por la razón obvia, que no se tratase de ediciones de autor. En ese contexto, el universo se re-dujo pero acaso no lo suficiente; pues a la geografía enorme del Brasil se suma su geografía literaria, vasta y extendida.

Es bueno asentar, también, que por consideraciones del curador de esta muestra no fueron incluidas algunas voces bastante públicas de la poesía del Brasil, por sentir que están más vinculadas al arte teatral –la poesía performática– que a la literatura esencial, esa que conjuga belleza e idea, alejada de las referencias de la actuación o el acto performático, la música y el canto, a manera de protesta o espectáculo.

El resultado de la pesquisa es esta muestra; una muestra que, a diferencia de las antologías tradicionales, optó por incluir cinco poemas de cada poeta, con el único fin de que el lector no parta de un solo texto –o dos, en el mejor de los casos– para referenciarse respecto de un autor.

Como en todos los procesos de selección –por su naturaleza–, en el producto final no están todos los que son ni son todos los que están, pero, más allá de esa obviedad, es imposible que cualquier crítico serio pueda negar que las veintiséis voces aquí reunidas marcarán el devenir inmediato de la poesía de Brasil.

Dueños de una voz propia, clara y potente, cada uno de los poetas de ¿Qué será de ti? toma en este libro la parte de la historia literaria del Brasil que le corresponde.

Por derecho propio, estos poetas se incrustan en el universo literario que Vaso Roto Ediciones coloca ahora en las manos del mundo de habla hispana y portuguesa para demostrar que, más allá de un concretismo agotado y un modernismo preocupado de su evolución, presenciamos la llegada de nuevas voces y otros movimientos que, sin duda, desarrollarán y establecerán nuevos paradigmas en el firmamento de la poética brasileña.

LUIS AGUILAR

ANA ELISA RIBEIRO

Antiguidade d’onde viemos

Péricles disse

que a maior virtude

de uma mulher

era ficar calada.

Péricles se fodeu.

Péricles, hoje,

levaria uma surra

dada por mil mulheres

como eu.

Antigüedad de procedencia

Pericles dijo

que la mayor virtud

de una mujer

era quedarse callada.

Pericles se jodió.

Pericles, hoy,

se llevaría una paliza

dada por mil mujeres

como yo.

Salvando o relacionamento

eu sei, meu bem,

que seu sonho era comer

uma sueca alta loura boa

finge, meu amor,

fecha os olhos e finge

o meu cabelo

a gente tinge.

Salvando la relación

yo sé, mi bien,

que tu sueño era tirarte

una sueca alta, rubia y buena

finge, mi amor,

cierra los ojos y finge

que para eso mis cabellos

los teñí.