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Reivindicada pelos Alfas
Programa Interestelar de Noivas: Livro 4
Grace Goodwin


Reivindicada pelos Alfas

Copyright © 2020 Grace Goodwin

Publicado por Grace Goodwin pela KSA Publishing Consultants, Inc.

Capa: KSA Publishing Consultants, Inc.

Créditos das imagens/fotografias: Deposit Photos: nazarov.dnepr, magann

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, incluindo sistemas de armazenamento e recuperação de informações - exceto no caso de trechos breves ou citações incorporadas em revisão ou escritos críticos, sem a permissão expressa do autor e editora. Os personagens e eventos deste livro são fictícios ou são usados de forma fictícia. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é pura coincidência e não pretendida pelo autor.

Aviso sobre a tradução: algumas expressões e piadas são quase impossíveis de serem traduzidas ipsis litteris para o Português. Portanto, a tradução foi feita para manter a expressão/sentença o mais próximo possível do idioma original.

Esta é uma obra de ficção, com o intuito apenas de entreter o leitor. Falas, ações e pensamentos de alguns personagens não condizem com os pensamentos da autora e/ou editor. O livro contém descrições eróticas explícitas, cenas gráficas de violência física, verbal e linguajar indevido. Indicado para maiores de 18 anos.

Contents

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

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Sobre A Autora

1


Leah

Eu tentei lutar contra os sentimentos. Juro que tentei, mas o pênis que me preenchia era simplesmente bom demais. Eu até tentei me debater contra ele, mas tudo o que eu consegui foi um par de algemas de couro no meu pulso. Eu estava de quatro e tinha o meu corpo pressionado contra uma mesa estranha e macia. As minhas algemas estavam ligadas a argolas, presas ao chão para que eu não pudesse me mexer. Puxei uma e outra vez, mas aquilo não cedia. O meu traseiro estava totalmente inclinado para cima, o pênis do meu parceiro estava totalmente enfiado em mim. Era como se eu estivesse atada a um cavalo de madeira estranho enquanto alguém me cavalgava. Eu estava totalmente à sua mercê e não podia fazer nada além de sucumbir ao poder do seu corpo enquanto ele tomava o meu.

O seu pênis podia fazer parte dele, carne e osso – embora muito duro e muito grande – mas ele o empunhava como se fosse uma arma concebida para me fazer submeter. Depois que ele me preenchesse com o seu sêmen, depois que sua essência cobrisse as minhas paredes internas, preenchesse o meu útero, não haveria volta. Eu ansiaria pelo seu toque e pelo seu sabor. Eu iria necessitar que ele me preenchesse, possuísse e tomasse eternamente o meu corpo. Agora, com ele alargando-me habilmente, com o meu traseiro exposto queimando devido ao ardor da sua mão e a minha boceta em chamas devido ao toque da sua língua experiente, eu já não queria resistir a ele.

Eu antes tinha medo. Agora, eu só sentia fome. Dor.

Ele não era cruel; na verdade, era mais ao contrário. Enquanto o pênis do meu parceiro se movimentava dentro de mim, preenchendo-me totalmente por trás antes de recuar, uma e outra vez, o meu medo se dissipava. Agora, eu era dele. Ele me possuiria, de corpo e alma, mas ele era forte, um guerreiro. Ele iria proteger-me. E foder-me. Ele me manteria na linha com a sua mão firme, mas também me daria prazer, segurança e um lar. Todos estes pensamentos invadiram a minha mente enquanto este macho poderoso me tornava sua para sempre; o seu pênis invadia o meu corpo, vez após vez, enquanto eu me abria para ele.

As suas mãos enormes roçaram as minhas costas antes de se inclinar, cobrindo-me com o calor da força de um guerreiro, descansando os seus dedos ao lado dos meus no lugar onde eu estava algemada à mesa. Quanto mais ele me tomava, mais ele apertava as algemas e mais brancos ficavam os seus nós dos dedos.

O seu peito escorregadio estava estendido sobre as minhas costas, prendendo-me contra o banco, intensificando a sensação de que estava presa. Eu não conseguia escapar à sua respiração brusca, aos sons de prazer que lhe escapavam dos lábios, visto que eles soavam diretamente no meu ouvido.

— Sente isto? — rosnou ele, mexendo os quadris e acertando no meu útero com a ponta grossa do seu pau. Ele era exímio na arte de acariciar lugares secretos e sensíveis no mais profundo do meu corpo, fazendo-me estremecer, deixando a minha mente vazia e submetendo-me totalmente a ele. Não havia mais ninguém que me fizesse sentir assim. Mais ninguém tinha trazido o meu corpo ao ápice do prazer mais delicioso.

Enquanto eu era colocada sobre o banco, os meus seios ficavam caídos e ansiavam por ser tocados. O meu clítoris estava inchado e se ele somente roçasse sobre ele com a ponta do seu dedo, eu gozaria. Mas, por agora, ele não o permitiria. Ele não o permitiria até que eu cedesse, até que eu implorasse.

Eu não consegui reprimir o Sim ofegante que me escapou dos lábios. Eu conseguia ouvir os sons úmidos da foda – o sinal evidente da minha excitação – preenchendo o cômodo.

— Você temia o meu pau, mas ele só dá prazer. Eu disse que caberia, que encaixaríamos de forma perfeita. — Ele falou enquanto me fodia. Como é que ele conhecia tão bem o meu corpo se esta era a nossa primeira vez? Eu nunca tinha gozado com um pênis, apenas ao roçar o meu clítoris na cama, sozinha. Mas agora, essa tarefa pessoal me seria negada. O meu parceiro insistia que eu nunca mais gozasse sem a sua permissão. Se eu quebrasse essa regra, levaria palmadas durante muito tempo e com muita força. Agora, isso lhe pertencia, eu gozaria conforme a sua vontade, pela sua língua, pela sua mão e pelo seu pau enorme… ou não gozaria.

— O teu prazer é meu.

— Sim. — Respondi.

— Eu sinto você me apertar.

— Sim — gritei, comprimindo-o mais uma vez. Foi tudo o que consegui dizer porque eu já não tinha mais o controle. Eu estava totalmente à sua mercê e tudo o que eu queria era fazer exatamente o que ele ordenava.

— Não gozará até eu te dar permissão. — Ele levantou as suas mãos da mesa para acariciar os meus seios, primeiro uma carícia suave e, depois, um puxão firme e um beliscão que me fez suspirar enquanto ele me possuía com força, rápido e profundamente. Era um misto de dor e prazer que ele suscitava em mim e eu amava isso. — Você é minha. E a tua boceta é minha.

— Sim. — repeti, uma e outra vez.

Ele não parou de me cavalgar, foder, preencher e tomar. Possuir-me. Cada vez mais alto eu me sentia, até atirar a minha cabeça para trás e para frente e agarrar as algemas com um desespero tão grande que temi que o meu coração fosse explodir para fora do meu peito. Eu não conseguia respirar. Não conseguia pensar. Não conseguia resistir. Eu estava ali mesmo… ali. A mão do meu parceiro roçou pelo meu corpo, descendo por meu quadril, vagueando pela pele roliça e suave do meu corpo até chegar ao meu clítoris. Ele traçou as pontas com o seu dedo e o som que saiu da minha garganta foi o grito suave de uma criatura em agonia, frenética e perdida. Não existia nada para mim além do seu corpo, da sua voz, da sua respiração e do seu toque.

— Goze agora. — ele ordenou, o seu pau parecia um martelo, os seus dedos eram bruscos e implacáveis no meu clítoris.

O meu orgasmo explodiu no profundo do meu ser, não tendo outra opção. Eu não conseguia resistir... Eu não tinha controle algum. Eu já não me pertencia, eu era dele. Gritei, tendo um orgasmo, o meu corpo comprimia-se e libertava-se em seu pênis, puxando-o mais para dentro, enfiando-o totalmente dentro de mim. Era como se o meu corpo ansiasse pela sua essência vital, como se estivesse desesperado por isso.

O meu orgasmo desencadeou o dele e eu senti o seu pênis inchar e ficar ainda maior antes de ele rosnar ao meu ouvido, jatos quentes do seu sêmen preenchendo-me. O meu corpo ordenhou avidamente a essência vital do seu pênis, levando-a para o profundo do meu ser.

 

Tal como ele tinha prometido, havia alguma coisa no seu sêmen que desencadeava uma reação física em mim, obrigando-me a ter um segundo orgasmo.

— Sim, amor. Sim, toma cada gota. O teu corpo está mudando. Ele me conhece. Ele precisa me ter. Você vai implorar pelo meu pau; vai ansiar por minha porra. Vai precisar disto, amar isto, tal como eu preciso e amo você.

— Sim! — Eu gritei novamente, sabendo que as suas palavras eram verdade. Era um ducha quente de prazer que escorria pelo meu corpo, diretamente da minha boceta, e depois, para fora. Ele estava certo; agora que eu tinha sentido o seu poder, o que ele podia me dar, eu era uma escrava daquilo. Eu era uma escrava do seu pau.

— Srtª Adams?

— Sim — disse uma vez mais, o meu sonho se fundindo com o presente.

— Srtª Adams, o seu teste terminou.

Eu balancei a cabeça. Não. Eu estava algemada a um banco maldito e sendo fodida e preenchida com sêmen. Eu queria permanecer ali. Eu queria… mais.

— Srtª Adams!

A voz agora era severa e elevada. Obriguei os meus olhos a abrirem.

— Oh, Deus. — arfei, tentando recuperar o meu fôlego enquanto a minha boceta se comprimia e pulsava devido aos choques do meu orgasmo. Eu não estava algemada a um maldito banco. Não havia nenhum corpo masculino sólido pressionado contra as minhas costas. Eu estava no centro de processamento do Programa Interestelar de Noivas, vestida com uma bata de exame médico. Os meus pulsos estavam presos por algemas médicas que estavam fixadas nas pontas de uma cadeira reclinável totalmente desconfortável, semelhante à de um dentista, para efetuar a última fase de preparativos para sair do planeta. Eu não tinha entendido quando eles colocaram os fios e os sensores que eu acabaria por ter um sonho erótico. Eu conseguia sentir os efeitos prolongados daquilo. A minha boceta estava molhada, a parte de trás da minha bata médica áspera estava úmida. Os meus mamilos estavam endurecidos e as minhas mãos estavam cerradas em punhos. Eu me sentia consumida e usada. Sentia-me completa.

— Como eu disse, o seu teste terminou. — A Guardiã Egara estava de pé, diante de mim. Uma mulher séria com cabelos castanhos e uma atenção de falcão capaz de observar os mínimos detalhes do processo de emparelhamento, olhava para baixo, para o seu tablet, enquanto o seu dedo passava por ele. — O teu parceiro foi escolhido.

Lambi os meus lábios secos enquanto tentava abrandar o meu coração frenético. Arrepios irradiavam por toda a minha pele suada. — O sonho… ele foi real?

— Não foi um sonho. — respondeu ela em um tom prático. — Nós utilizamos dados sensoriais gravados por noivas anteriores para nos auxiliar no processo de emparelhamento.

— O quê? — Dados gravados?

— Uma unidade de neuroprocessamento ou UNP vai ser inserida no seu crânio antes que saia da Terra. Te ajudará na linguagem e a se adaptar melhor no teu novo mundo. — Ela sorriu neste momento e a visão era assustadora e estranha. — A UNP está programada para gravar o teu acasalamento e enviar dados de volta para o nosso sistema.

— Vai me gravar com o meu novo parceiro?

— Sim. É requerido pelo protocolo de emparelhamento. Todas as cerimônias de reivindicação são revistas para garantir que as nossas noivas sejam colocadas em segurança e de forma adequada. — Ela colocou o tablet de lado e eu pude ver a sua gola rígida e a saia engomada do seu uniforme. Não havia uma única ruga, nem um único fio de cabelo fora do lugar no seu coque chignon apertado. Ela quase parecia um robô. Mas o fogo nos seus olhos traía o fervor e a dedicação dela para com o seu dever. A sua devoção ao programa ficou totalmente evidente com as suas palavras seguintes.

— Nós fazemos tudo o que está ao nosso alcance para garantir que os nossos guerreiros recebem noivas dignas. Eles nos servem, protegendo a Terra e todos os planetas membros da destruição plena. O sistema utiliza as reações do teu corpo para sondar a tua consciência interna, as tuas fantasias mais sombrias, as tuas necessidades mais profundas. Aquilo que não te interessa foi rapidamente descartado pelo programa de emparelhamento. O input sensorial foi filtrado até encontrarmos um guerreiro de um planeta com um emparelhamento perfeito.

Aquele tinha sido o meu parceiro? Certamente que não. — Eu não posso ser emparelhada com um homem que me algeme. Não era isso que eu queria quando me voluntariei.

A sua sobrancelha escura ergueu-se ao ouvir aquilo. — Aparentemente, Srtª Adams, isso é exatamente aquilo que você deseja. Os testes revelam a verdade, mesmo que a sua mente a negue.

Eu pensei nas suas palavras enquanto ela se movia ao redor da maca e se sentava no lado oposto. O uniforme cristalino do Programa Interestelar de Noivas combinava com a sua atitude fria. — O teu caso é bastante incomum, Srtª Adams. Embora tenhamos algumas voluntárias, nunca tivemos uma com os seus motivos.

Olhei de relance para a porta fechada por um instante, preocupada, pensando que talvez ela tivesse ligado para o meu noivo e mandado chamá-lo. Um pânico enorme me fez começar a puxar as algemas.

— Não se preocupe. — disse ela, levantando uma das mãos para me impedir. — Está segura aqui. Embora tenha dito que os hematomas no seu corpo são devido a uma queda, eu considerei que era necessário garantir que ninguém pudesse vê-la antes de ser enviada para fora do planeta.

É óbvio que a Guardiã Egara não acreditou na minha história ridícula e eu fiquei mais tranquila ao sentir a sua veemência em me proteger. Eu nunca tinha esquiado em toda a minha vida. Eu nem sequer vivia perto de uma montanha, mas foi necessária uma desculpa razoável para os hematomas no meu corpo e aquilo foi a primeira coisa que me ocorreu.

Embora eu presumisse que os hematomas fossem descobertos, eu não fazia ideia de que me despiriam totalmente para efetuar exames médicos, e que depois seria vestida com uma bata hospitalar e me submeteriam à visualização de imagens e vídeos absolutamente inadequados. Eu devo ter adormecido, visto que eu não poderia ter imaginado nada daquilo sozinha.

— Obrigada. — respondi.

Eu não estava habituada a que as pessoas fossem amáveis comigo. Ela permaneceu em silêncio, como se estivesse à espera que eu lhe contasse a verdade. Eu queria partilhar aquilo que agora sabia sobre o meu noivo? Ele tinha sido tão amável, tinha me deixado nas nuvens, até eu descobrir a verdade. Eu ouvi por acaso ele dizer a um dos seus homens para matar alguém que lhe tinha arruinado uma das suas vendas de imóveis. Eu pensava que os homens que estavam com ele eram funcionários, guarda-costas, mas na verdade, eles eram executores, homens que ele usava para intimidar e matar. Assim que eu aceitei casar com ele, ele colocou dois dos seus homens como meus guarda-costas pessoais. Ainda assim, eu acreditei que o motivo disso era simplesmente pelo fato de ele ser rico e de eu precisar de proteção adicional. Eu achava que ele era atencioso e cuidadoso, sempre olhando por mim. Ah! Fui tão estúpida. Fui mais estúpida ainda quando lhe disse que estava com dúvida quanto ao nosso casamento. Ele tornou-se totalmente agressivo, agarrou-me e disse que nunca me deixaria. Nunca.

Quando ameacei partir, ele explicou calma e apaixonadamente que eu lhe pertencia. Que eu era propriedade dele a partir do momento em que ele tinha colocado um anel de noivado no meu dedo. Que ele mataria qualquer pessoa que eu beijasse, torturaria qualquer homem que me tocasse e que, depois, me castigaria por causar aquele problema.

Eu soube, então, que tinha de ir embora, mas eu tinha que encontrar uma forma de fugir. Eu tinha ido até o centro comercial no meu carro, como se fosse um dia como os outros. Os homens que me vigiavam sempre estacionavam o seu carro ao lado do meu, seguiam-me pelo centro comercial, mas permitiam-me vaguear pelo interior das lojas sozinha. Por via das dúvidas, fui diretamente para o departamento de lingeries, onde eu sabia que eles sempre recuavam, depois, passei por muitas outras lojas, deixando o meu celular entre duas prateleiras de roupa. Corri até a parada de ônibus e peguei um para o outro lado da cidade. A partir daí, apanhei um táxi para o centro de processamento do Programa Interestelar de Noivas.

Eu já não tinha família ou amigos. Quando começamos a namorar, ele começou a eliminar sistematicamente todas as pessoas com as quais eu me preocupava antes de o ter conhecido. Um a um, ele foi dando motivos pelos quais eles deixavam de ser adequados, pelos quais eles haviam se tornado contatos que já não eram aceitáveis. Eu agora estava total e completamente sozinha no mundo, à sua mercê. Ele até me convenceu a desistir do meu trabalho, portanto, eu não tinha nenhum dinheiro meu.

Deus, até um alienígena era melhor do que um homem psicótico e possessivo cuja noção de castigo envolvia a prática de boxe, eu sendo o saco de pancada. Eu tinha sofrido uma vez. Nunca mais. Eu podia ter sido tola, ingênua e até um pouco apaixonada, mas não mais.

Eu olhei por cima do ombro durante toda a viagem até o centro de processamento, com medo que eles me localizassem e me impedissem antes de eu conseguir entrar no edifício. Assim que entrei, senti-me segura, mas não me sentiria totalmente fora do seu alcance até sair do planeta. Só aí, eu seria capaz de respirar calmamente, certa de que o meu noivo nunca me encontraria.

Eu tinha ouvido falar sobre o Programa Interestelar de Noivas há mais de um ano; sabendo que a maioria das mulheres que participava era prisioneira que procurava uma alternativa à dura sentença de prisão. Eu tinha ouvido falar que algumas eram voluntárias, mas que nenhuma delas podia voltar. Uma vez emparelhada com um guerreiro alienígena e enviada para fora do planeta para o seu parceiro, elas deixavam de ser cidadãs da Terra e não podiam voltar. No início, isso parecia assustador e ridículo. Quem seria capaz de se voluntariar para sair da Terra? Quão ruim seriam as suas vidas para fazer algo assim? Agora eu sabia. A vida de uma mulher podia tornar-se muito, muito ruim.

Eu precisava ficar o mais longe possível do meu noivo e eu tinha medo de não haver nenhum lugar na Terra que fosse longe o suficiente. Ele me encontraria, e depois…

Pensei que ele poderia ser a minha família. Família. Ele me escolheu para ser sua mulher porque eu não tinha ninguém. Não tinha ligações, não tinha ninguém para me proteger, ninguém que me impedisse de casar com aquele idiota. Ele nunca seria a minha família. Ninguém na Terra me amava. Como voluntária do programa de noivas, eu estava feliz por saber que não podia voltar. Eu já não queria ficar na Terra. Não queria passar o resto da minha vida com um medo constante de que ele conseguisse me achar. E, por isso, eu ia sair do planeta, iria para o único lugar onde ele nunca seria capaz de me encontrar, nunca mais conseguiria me alcançar.

E, então, aqui estava eu, sentada, vestida com uma bata áspera, sob o escrutínio da Guardiã Egara.

— Tem alguma pergunta?

Lambi os meus lábios novamente. — Esse parceiro… como é que eu sei que ele vai ser… bom? — Embora eu tivesse sido submetida a vários exames para o emparelhamento, o meu único requisito era que ele fosse bom. Eu não queria ser emparelhada com um homem que me batesse. Se eu quisesse isso, podia simplesmente ficar aqui na Terra e casar com aquele idiota.

— Bom? Srtª Adams, percebo a profundidade da sua preocupação, mas o seu parceiro foi submetido aos mesmos exames. Na verdade, os guerreiros têm que, obrigatoriamente, ser submetidos a exames muito mais avançados do que as nossas noivas. Não precisa ter medo do teu parceiro, porque a tua mente subconsciente é o que determina o emparelhamento. As necessidades e desejos de ambos se completam. No entanto, deve se lembrar que um planeta diferente tem costumes diferentes. Uma cultura diferente. Vai ter de se adaptar a isso, rejeitar as tuas opiniões e noções antiquadas da Terra. Vai ter de pôr de lado o teu medo de homens. Deixa tudo isso aqui na Terra.

As palavras eram sábias, mas fazer aquilo não era assim tão simples. Eu seria cautelosa durante muito tempo, quanto a isso eu estava certa. — Para onde é que eu vou?

— Viken.

Franzi a testa. — Eu nunca ouvi falar desse planeta.

— Mmm. — ela respondeu, olhando para baixo, para o seu tablet. — Você é a primeira da Terra a ser emparelhada lá. Os sonhos que visualizou são de uma fêmea de outro planeta e do Viken que foi emparelhado com ela. Como pôde observar, ele era um amante cuidadoso, mas também rigoroso.

 

Corei ao lembrar-me.

— Com base neste exame, penso que o teu parceiro vai te satisfazer bastante.

— E se não for assim? — E se ela estivesse errada e ele fosse mau? Ele podia ser capaz de empunhar o seu pau como se fosse uma estrela da indústria pornográfica, mas e se ele só me quisesse como escrava? E se ele me batesse como o meu noivo?

— Tem trinta dias para mudar de ideia. — respondeu ela. — Mantenha em mente que foi emparelhada não só com um homem, mas com o planeta. Se não achar o teu parceiro aceitável depois dos trinta dias, pode pedir por outro guerreiro, mas vai permanecer em Viken.

Aquilo me parecia razoável. Suspirei, um pouco mais tranquila ao saber que no fim das contas eu poderia fazer a minha própria escolha – sem ser enviada de volta à Terra.

— Está satisfeita? — perguntou ela. — Tem mais alguma pergunta? Há algum motivo para adiar o transporte?

Ela olhou para mim como se me oferecesse uma última chance. Chance essa que eu não aproveitaria. — Não. Não há nenhum motivo para adiar.

Ela acenou com a cabeça. — Muito bem. Para que conste, Srtª Adams, é casada?

— Não. — Se eu não tivesse conseguido escapar, estaria. Dentro de duas semanas.

— Tem algum filho?

— Não.

— Ótimo. — Ela deslizou novamente o dedo na tela. — Você foi formalmente emparelhada com o planeta Viken. Aceita o emparelhamento?

— Sim. — Respondi. Desde que o homem não fosse mau, eu iria para qualquer lado praa fugir do meu noivo.

— Por ter respondido afirmativamente, foi oficialmente emparelhada e será retirada a sua cidadania da Terra. Agora e para sempre será uma noiva de Viken. — Ela olhou para baixo, para a tela e deslizou o dedo. — De acordo com os costumes Viken, é necessário efetuar algumas modificações no teu corpo antes do transporte.

A Guardiã Egara se levantou e deu a volta para ficar ao meu lado.

— Modificações? — O que é que isso significava? O que ela ia fazer?

Ela apertou um botão na parede, sobre a minha cabeça, o que fez com que ela deslizasse e abrisse. Olhando sobre o meu ombro, eu não conseguia ver nada além de uma luz azul suave. O que eu pude notar foi um braço enorme que se estendia para fora da parede com uma agulha presa a ela. — O que é aquilo?

— Não precisa ter medo. Estamos simplesmente implantando as suas UNP, às quais todas as noivas precisam. Fique calma. Só leva alguns segundos.

O braço robótico veio na minha direção e espetou o meu pescoço. Estremeci, surpresa, mas, na verdade, aquilo não doía. Nada daquilo doía. Enquanto a cadeira se movimentou para trás, para dentro de uma sala com a tal luz azul, eu sentia-me relaxada, calma e sonolenta.

— Já não tem nada a temer, Srtª Adams. — Enquanto a cadeira me descia para dentro de uma banheira quente, ela acrescentou: — O seu processamento começará em três… dois… um.